08 maio, 2007

Um Adeus ao amigo Baltazar Melo

Acabei de ser informado do falecimento de meu mui estimado e querido amigo Baltazar Melo. Engasgou em minha garganta o soluço de um choro ainda não chorado. Era uma pessoa muito especial pelo qual eu dispensava uma grande admiração, aprêço e amizade. Não sei por que as pessoas que a gente ama têm que partir. Sei a dor que seus filhos estão passando neste momento. Fico imaginando minhas tias, na distante, e tão perto, Batalha.

Nós, simples mortais, nunca nos preparamos para a morte, embora ela seja a única certeza que temos ao nascer. Alguns, infelizmente, não conseguem nem nascer com vida... Outros a têm e não conseguem fazer nada com ela. Outros deixam exemplos que precisam ser seguidos. Baltazar era uma dessas figuras espirituosas e de profunda sabedoria.

Gostaria, no entanto, de fazer – lhe algumas referências ao meu “velho” amigo. Incontáveis tardes de conversa à sombra de seu jardim na Jockey Clube, esquina com rua Angélica, onde ergueu – se um bonito edifício e em cujo espigão colocaram o seu nome, como forma de homenagem.

É... morre o homem. Fica o exemplo!

Baltazar Melo era filho de Messias de Andrade Melo e Ana de Castro Machado Melo (Nanoca). Descendia de duas linhagens relevantemente importantes para a região norte do Piauí. Do lado do Pai, vinha o nome, homenagem ao avô, Balthazar Jovita de Andrade, das bandas de Santo Antônio do Surubim, retrógrada Bitorocara, hoje Campo Maior. Da mãe, Nanoca, vinha a descendência legítima dos portugueses. Neto de Antônio Guilherme Machado de Miranda; sobrinho – neto de José Amaro Machado (que foi Presidente da Província do Piauí); e, bisneto de Amaro José Machado, o primeiro, que veio de Portugal.

De uma família de políticos importantes e influentes. O Pai, foi intendente e prefeito da Batalha. O avô, Deputado Provincial, Estadual e membro do Conselho do Tribunal Especial. O tio – avô, presidiu o Piauí, à época da Província. Dos irmãos, dois se destacaram na política: Clovis e Antônio Machado Melo. Ambos foram Prefeitos de Batalha e Deputados Estaduais. Clovis foi, como Baltazar, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Deixa viúva, dona Secé Carvalho Melo e órfãos, as queridas e estimadas Teresa do Carmo, Ângela, Ana Cristina, Lina Rosa, os médicos Paulo Henrique e José Andrade e o engenheiro Baltazar Filho.

De nossa parte, compartilhamos sinceramente os sentimentos generosos dos amigos. Creio que Batalha também chore a perda de um filho ilustre. E o Piauí, a quem serviu com tão grande abnegação nos cargos que desempenhou, lhe deve um voto de pesar.

Nobre e inestimável recompensa que tiveram neste mundo suas virtudes cívicas, suas belas qualidades e seu nobre caráter!

“Réquiem eternum donna eis. Dominne est lux perpetua luceata eis”.