30 novembro, 2006

De Castello Branco a Tabatinga

Publicado na imprensa piauiense em Junho/2002

Os grandes homens, aqueles de feitos e fatos, não morrem: perpetuam - se na história. Assim quero iniciar minha homenagem ao cidadão HUMBERTO LOPES TABATINGA.

O homem, nasceu em 02 de novembro de 1934, filho de Rufino Lopes Castello Branco e dona Joana. É de uma história de vida fascinante. Contava - me ainda ontem, minha tia Matilde, contemporânea de Humberto, que desde sua morada na nossa vizinhança, aqui na Praça da Matriz, há algum tempo, o grande homem a quem dedicamos essa dissertativa crônica destacava - se pela sua lealdade, amizade e, acima de tudo, pela sua preocupação com a população menos assistida de nossa terra - Batalha.

O interessante notar em seu sobrenome, é que seu pai, Rufino, descendente em linhagem da dinastia de Dom José da Cunha Castello Branco, estudou no Rio de Janeiro Engenharia Mecânica. Ao retornar ao Piauí, instalou equipamentos no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, a Usina Elétrica de Campo Maior, e, depois, a convite de Clovis Melo foi para Batalha, onde montou, equipou e fez funcionar a primeira Usina Elétrica da cidade, cujo equipamento principal, ou o que dele restou, foi transformado em monumento à frente da Biblioteca Pública Padre Guimarães, criada por Humberto quando Prefeito de Batalha. Uma desavença familiar fez Rufino, o genitor, retirar de seus filhos o imponente sobrenome. Dali em diante, todos os seus descendentes passariam a se assinar com o sobrenome Tabatinga, família genuinamente batalhense. Agora, recentemente, seu sobrinho, José Edson, casado com Rosa, filho de seu irmão Francisco - seu "Chico", deu o nome de Rufino Lopes Castelo Branco, a um filho, retomando o sobrenome tradicional da família.

Humberto Lopes Tabatinga casou com dona Raimunda Nonata de Araújo, dona Doquinha, também de importante ramo batalhense. Seu bisavô, José Florindo de Castro foi Deputado Provincial, Intendente da Batalha. Seu tio - avô, Castro Filho, Deputado e Intendente. Seu avô, Fernando, farmacêutico, Intendente e autor da planta de reforma do "frontespício e da nave central" da Matriz de São Gonçalo. Desse matrimônio nasceram Joana Leocádia, homenagem às avós; Maria Angélica e Ângela. Todas muito bem casadas. E com filhos.

Humberto foi Prefeito de Batalha num período de transição, onde o Brasil buscava a democratização de suas instituições. Foi uma gestão voltada para o engrandecimento sócio - econômico e cultural da terra que elegera sua. A terra onde formou família. Me vem à tela da memória, nesse instante, momentos de recordação do Projeto Casulo, que mantinha creches, inclusive uma, funcionando na casa de seu Chico Melo, na esquina da Praça da Matriz com a Praça Antônio Guilherme. Memoráveis desfiles de 7 de setembro folram realizados sob a coordenação das Professoras Maria José da Rocha Melo, Matildes de Castro Machado e Maria Duarte Sobrinho, com a participação de escolas municipais e estaduais. Nesse período houve, ainda, a implantação da primeira Agência do banco do Brasil, para fomentar o desenvolvimento agrícola, e a Torre transmissora de sinal de TV.

Tabatinga era um homem preocupado com os valores de nossa terra. Tanto que , por decreto, criou um concurso público para a escolha dos símbolos municipais, tendo sido vitoriosos a Bandeira, desenhada por Toinha Soares (que saudade!) e o Hino, composto por Nicodemos Rocha, que retrata as riquezas, o passado e o presente, e os desejos do Porvir.

Foi realizada, pela primeira vez, a Feira do Município, com um forte apelo para as demonstrações de nossas riquezas culturais - danças, músicas e artesanato, culinária e gastronomia.

Morreu, o homem, edm 23 de junho de 2002. Ficaram os exemplos. Exemplos de cidadania, amor ao próximo, respeito, honestidade, humildade, trabalho.

De valores inabaláveis, Humberto foi uma fortaleza de espírito. Aliás, espirituoso como poucos. Dele guardarei lembranças inapagáveis. E para ele, me resta mais uma homenagem, em trechos do hino que ele escolheu para todos nós: "...riachos serpenteiam murmurando, ao solo da ametista treme - luz. Óh! Mãe a aurora surge proclamando, os dons e as virtudes que possuis..." e finalizo: " ... Na memória estão os nossos pais, e o passado dorme no teu chão, os sonhos deles tornam - se reais, e nós guardamos suas tradições..." Espero que esses "sonhos", os de Humberto por uma Batalha melhor, com desenvolvimento e igualdade social, se transformem em realidade: justa homenagem do povo batalhense, através de seus gestores, à memória desse cidadão.

Antônio Machado Melo - um homem em seu tempo!

Artigo publicado na imprensa piauiense em 07/2002:

"Embora não tenha sido convidado a participar das solenidades celebradas em torno do primeiro ano de falecimento de meu prezado amigo Antônio Machado Melo, e - Prefeito de Batalha e ex - Deputado Estadual, registro, neste Jornal, a justa e merecida homenagem que lhe foi prestada pelo Poder Público Municipal Batalhense, ao qual ele serviu por cinco vezes - um marco político na história de nossa terra que o elegeu, por duas vezes, representante da região na Assembléia Legislativa.

Antônio Machado Melo é filho dos remanescentes mais históricos da fundação de nossa querida Batalha. Nasceu em 17 de agosto de 1912, filho de Anna de Castro Machado Melo - Nanoca e Messias de Andrade Melo, este, de tradicional e importante família de desbravadores da antiga vila de Santo Antônio do Surubim, atual e bela cidade de Campo Maior. Do lado materno, Machado Melo descende, em linhagem direta, de políticos de grande inportância e influência no contexto histórico da Província do Piauhy.

Era bisneto de Amaro José Machado, português que foi o primeiro administrador da Vila da Batalha, pelos idos 1850. Amaro era casado com Anna Francisca de Miranda, de importante clã familiar que, chegando ao Brasil, radicou - se na região de Piracuruca. Da família, citamos, ainda, o Major José Rodrigues de Miranda, que foi influente na Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, e, antes, mandou erigir "às suas expensas", o templo de São Gonçalo, em Batalha.

José Amaro Machado, outro importante nome da família, era Coronel da Guarda Nacional e foi casado com Mathylde Roza, de importante clã parnaibano. Foi Intendente e presidiu o Partido Liberal. Comendador da Ordem da Rosa, comandou o destacamento militar da Vila da Batalha. Vice - Presidente da Província do Piauhy, foi seu Presidente por um curtíssimo período, quando foi envenenado com a esposa e uma filha de colo, vindo, os três, a morte imediata.

Antônio Guilherme Machado de Miranda, outro importante membro desse clã, era avô de Machado Melo. Foi intendente da Batalha, Deputado e Desembargador do Tribunal Especial. Era casado com doma Maria Magdalena de Castro Miranda, de linhagem parnaibana, que foi Professora de Primeiras Letras.

Messias de Andrade Melo, pai de Machado, administrou Batalha por várias oportunidades. É nome do Hospital de Batalha.Casou com Anna de Castro Machado (Nanoca).

Dos irmãos de Machado, destacamos Clovis, que foi Prefeito de Batalha, Deputado Estadual e Conselheiro do TCE - PI. E, Balthazar. A esse, quero abrir um parêntese nessa crônica. Pense num cidadão. Pronto: Balthazar Melo. Tive a oportunidade de conhecê - lo. E conviver animadas rodas de conversa. Com ele e com sua Secé, duas figuras a quem dedico uma página de minha vida. Pela amizade, e acima de tudo, pelo respeito que os dedico. A ele, a Secé e a seus filhos mais queridos: Ana Cristina, Baltazar Filho, Ângela, Lina Rosa e Tereza do Carmo, sem esquecer Paulo Henrique e José Andrade. Foi Presidente da CEF e do TCE - PI.

Antônio Machado Melo, faleceu em 02 de julho de 2001, aos 89 anos, no Hospital Casamater, em Teresina, rodeado pelo amor de seus filhos e filhas. Foi casado com Dedila Freitas Melo, de saudosa memória. E desse enlace, nasceram: José - médico, mora em Salvador; Clóvis, Antônio e Célio - Agropecuaristas, moram em Batalha; Amaro José - empresário; João Messias, ex - Prefeito de Batalha; Maria do Socorro (que deixou muitas saudades, mãe de nossas queridas Anucha e Natacha); Paulo de Tarso, Ana Lúcia e Jacqueline (querida amiga, companheira de alegrias e tristezas...).

Continuará sendo, por muitos anos, ainda, um dos maiores cidadãos de Batalha. Seu destaque no mundo político piauiense é notório e da maior relevância. Suas ações em beneficio do povo batalhense, suas obras, construídas com o pensamento voltado ao desenvolvimento da terra - máter e, acima de tudo, seus exemplos de cidadão, de homem público, de esposo e pai, continuam para a posteridade. Foi odiado e amado!

O busto de bronze, que espera, ainda, uma placa dígna de sua história, inaugurado na praça central de sua Batalha, perpetua a inigualável e brava história de vida: um caso de amor para com seus conterrâneos. Era essa a nossa homenagem!

29 novembro, 2006

Dora Doralice

Agradeço, sinceramente, à artista plástica Dora Parentes pelo convite para sua posse na cadeira 22 da Academia Brasileira de Belas Artes. Dora é um sentimento, um sonho transportado para suas pinturas extravagantemente lindas! exuberantemente meigas!

Dora nasceu Doralice no Piauí. Foi para o Rio de Janeiro na década de 70, onde iniciou a carreira no Salão Nacional de Belas artes, obtendo Menção Honrosa, Medalha de Bronze, Prata, dentre outros prêmios em todo o País.

No período de 1970 a 2006, realizou 61 exposições individuais. Destacando: Os 100 anos de J.K. Brasília em 2002. Em 2005 - Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro e Salvador –BA e em 2006 com um grande painel “Exaltação” nas comemorações dos 154 anos de Teresina- PI.

Piripiriense da gema, Dora Parentes é um dos cartões de visita do Piauí. É uma referência maior quando se fala em artes plásticas. É uma doce e querida conterrânea, desbravadora das críticas do sul, tão exigentes quanto o nosso amor por ela!

Parabéns, sucesso!!

27 novembro, 2006

Passeio III



No sábado resolvemos ir invandir uma praia: o coqueiro. Na última barraca nos abancamos e ficamos de donos. Essa foi ótima!

Imaginamos ali um paraíso daqueles. Criamos logo a mesa de jogo. Era dominó, na qual jogamos em duplas. A nossa (eu e o Neto, e depois o Marcos) ganhamos quase todas. Deixamos o Rocha quase irritado!

Foi muito bom na praia. Passamos o dia por lá. Voltamos ao entardecer para o Hotel, onde pretendíamos descansar para seguir rumo a Beira - Rio, à noite. Diversão garantida. Foi tudo nos conformes. Ainda deu tempo ir ao Araújo, tomar um delicioso sorvete de sapoti, cajá, bacuri...

O Arraes comandou a turma. Sempre animado com a Cruzinha. Você nem se lembrava daquele Arraes militar do Karnak, que comanda com mão de ferro a segurança do Governador.

Esta ele, alí, conosco, todo animado e nós, também, pela presença dele e da Cruzinha que é uma figura espetacular. Bebemos todas!

Voltamos ao Hotel. Uns para a piscina. Outros para a cama. Dormir era uma necessidade que tínhamos para, mais tarde, irmos em busca da diversão.

O detalhe. Na noite anterior, Eu, Lucíola, Antônio Marcos, Silvana, Investimento, Investidor e Carlos Eugênio, fomos à Parnaíba. Ficamos no Comilão e de lá, a convite do Zé de Maria, fomos ouvir a Tânia Fonteles cantar na Av. Capitão Claro: ao lado do cemit´rio, 3h30 da manhã.

Mas fomos todos, a turma toda, no sábado. Foi bacamna ouvir música ao vivo naquele barzinho ao lado do Comilão. Destaque para a Rosinha e a Celene, que se divertiram bastante com os rapazes do "conjunto", que só não tocava forró. Ainda encontramos um rapaz da Leiria, em Portugal, que não estava entendendo tanta movimentação. Eram três longas mesas com mais de duas dúzias de cadeiras cada uma, só para nossa tchurma.

Ficamos até tarde. Choveu. O clima amenizou. Me lembrou Batalha, depois das 17h, na porta da casa de minha avó. Nos sentávamos todos ao redor da cadeira de rodas dela, e começava a ventar. Ela dizia que era um canal que vinha de Parnaíba, trazendo aquela brisa.

Na manhã seguinte, iniciamos o dia no Mercado de Luiz Correia. Nada de comprar carne, arroz, essas coisas. Foi um animado café - da - manhã, que para não fugir do costumne, foi regado a uma boa mão - de - vaca. Depois, fomos para a praia. Mais um dia de lazer para findar à noitinha, na volta pra casa... E a espera de um novo passeio!

Passeio II


O Delta e os seus mistérios foram, então, desvendados em sua totalidade para os olhos impávidos dos "turistas" guiados no barco que recebia o nome de Mandu Ladino, líder indígena que guerreou contra os colonizadores pelos idos séculos XVII. Estávamos ali, todos nós, com o único desejo de aproveitar ao máximo aquele momento. Aliás, o passeio todo. O barco, então, era nosso. Éramos atendidos por duas meninas graciosas, vestidas de índias, para homenagear o líder.

Ao nosso lado, o "paxá" Francisco Antônio imprimia, sem reprimir, um ar de respeito. Aliás, era o "Chefe" conduzindo seus comandados naquele passeio inesquecível: pela beleza do lugar, pela turma reunida, pelas "molecagens" e pelo altíssimo astral.

No Delta, então, usufruímos do que ele tem de melhor: a beleza. Aí, as beldades entraram em ação. Nossas "companheiras" de viagem foram um show à parte. Daria até para escolher a "Miss Passeio".

Rosinha, Cléia, Cleonice, Silvana, Cruzinha, Lucíola, Celene e Perpétua. Todas curtindo o sol delicioso do Delta, na ilha dos poltros, naquela praia paradisíaca, embalada pelas ondas do mar. E aí, quando estávamos lá, podíamos até lembrar aquela do Lulu ..."como uma onda no mar..."

O passeio ao Delta - I


Nos reunimos quase todos. Lucíola à frente, com a Márcia, encabeçaram a lista principal dos "turistas" que foram a Parnaíba. Éramos os mesmos que, nesses três anos e pouco, sempre viajamos para outras paragens: Guaribas, Acauã, Avelino Lopes, Sebastião Barros, Jerumenha, Guadalupe, Caxingó, São Raimundo, São Lourenço, Anísio de Abreu, Batalha, Esperantina, Porto, Nossa Senhora dos Remédios... enfim, quase todos os municípios do Piauí. Viajamos, sim, para acompanhar o "Chefe" e levar algum benefício para aquelas cidades. Seja organizando a solenidade ou articulando com as forças políticas.

E assim, foi incansável nesses anos de primeiro mandato do nosso Governador.

Agora foi diferente! Fomos em turma quase completa. Faltaram os "companheiros" do Cerimonial, que, de letrado, só fui eu! Todos da Superintendência de Articulação da Gestão Governamental. Sem exceção, até o Seu Chico Antônio com a Cleonice, foram.

Saímos na quinta - feira, dia 16 de novembro, às 23h, da Praça da Liberdade, ao lado do Karnak. Ao nosso dispor, um Galant, da Guanabara, dirigido com muita paciência, por seu "Perrerrá". E, como toda "excursão" que se preza tem que ter um bom "frito", providenciei com a dona Salete, um frito de frango daqueles, que devia ter viajado numas boas latas de nestogeno, mas, sucumbiram - no a uma boa térmica da tuperware.

Seguimos viagem rumo ao litoral. Assim, paramos, logo, em Altos, para comprar bebida e para usar o toillete. Paramos, tbm, em Campo Maior, Piripiri e Piracuruca. Depois, só em Luiz Correia, nosso destino: o Balneário Atalaia - Bloco Appm.

Não deu tempo dormir no Hotel. Passamos só para guardar as bagagens e seguir para o Porto das Barcas, na Eco Adventure, de onde partiríamos para o Porto dos Tatús, para pegar o barco em passeio ao Delta.

E assim, aconteceu. A Solange Justo já nos aguardava embaixo da ponte. E despachamos o segundo motorista. Só não sabíamos é que a empresa não tinha condução até os Tatús. Depois de uma boa espera, seguimos nas camionetas.

Seguimos numa animação só. Foram duas camionetas e o carro da Solange.

Chegamos, enfim, aos Tatus. Um barco só para nossa "tchurma". E assim nos fomos mar a dentro. Confesso que não estava muito esperançoso naquela viagem. Já fiz muitas delas, quase cinquenta. E sempre achei um porre. Dessa vez foi diferente. Os meninas e as meninas, a animação, o ambiente festivo, o guia - Mazinho, irmão da Solange, a equipe toda do passeio. Foi "formidável". Tomamos todas e mais algumas.

A paisagem parece que ficou mais bonita! O rio Tatus nos levava, manso, para o mar. Ilhas e ilhotas se abriam para nos receber.

20 novembro, 2006

A morte de Priscila

Recebo, agorinha mesmo, notícia do falecimento do nosso conterrâneo Almir, neto de dona Loló, e que todos conheciam pela alcunha de Priscila. Almir era um misto de loucura e alcoolismo. Foi nosso contemporâneo de infância e adolescência, juntamente com o Antônio Pedro, Carlinhos, Isabel e Chiquinha, Lia, Daniele, e outros que ficaram no tempo...

Uma de suas trésloucadas empreitadas, foi quando se jogou do Panorama abaixo, no auge da churrascaria, alguns anos atrás. Assumido homessexual, se nominava Priscila, que todos o apelidavam também.

É uma pena, a morte, em sí. Porém, para ele, creio que tenha sido um descanso. Vivia doente, perambulando pelas ruas à procura de quem lhe pagasse um trago de cachaça, da boa ou da fubuia, não importava. Estava sujo e maltrapilho, da última vez que o avistei em Batalha, no segundo turno das eleições, deitado no chão, ao lado da antiga Prefeitura, onde funcionam uns bares.

Que a terra lhe seja leve e que Deus, em sua infinita bondade, lhe conceda o descanso eterno!

10 novembro, 2006

A Fundação Instituto de Cultura de Batalha

A Fundação Instituto de Cultura de Batalha será umaa instituição cultural que buscará o planejamento, promoção, coordenação, acompanhamento e execução de ações culturais no município de Batalha e terá como finalidade desenvolver atividades, incentivar a produção, difusão e o fomento das mais variadas manifestações artísticas e culturais da nossa Terra.

A FICB será composta por uma Diretoria Executiva:
· Presidente
· Vice – Presidente
· Secretário – Geral
· Tesoureiro

E terá, ainda, as seguintes Diretorias:
· Núcleo de Referência Cultural;
· Núcleo de Difusão Literária;
· Núcleo de Artes Visuais e Multimeios
· Núcleo de Música e Artes Cênicas;
· Núcleo de Dança;

De início, pretendemos trabalhar a implantação de um Telecentro de Inclusão Digital, e em seguida, buscar parcerias para a realização de diversos projetos que estão sendo preparados para o resgate e a implementação da cultura Batalhense.

Oi pessoal! Este aí ao lado sou eu: Milton Martins Vasconcelos Filho, popularmente chamado de Miltinho. Sou de Batalha, onde nascí em 17 de abril de um ano qualquer da década de 1970. Nascí, cresci e vivi em Batalha, dia - a - dia, até 1989, ano que vim morar em Teresina, para estudar. Embora tenha pai e mãe (biológicos) vivos, fui criado por minha avó, Adélia de Castro Machado, até 1984, ano em que ela faleceu aos 94 anos de idade. Após sua morte, fiquei sob os cuidados de minhas tias Teresinha, Maria da Conceição e Matilde (que é minha madrinha, também).

Aqui em Teresina, veredei - me pela seara do jornalismo. Trabalhei no Jornal O Estado, Folha do Nordeste, Revista Litoral e Meio Norte. Trabalhei, também, da TV Educativa do Piauí. Depois, fui trabalhar com o então Governador Francisco de Assis de Moraes Souza - Mão Santa, como Assessor de Imprensa da Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. Depois, fui trabalhar, no mesmo governo, com Dona Genú Moraes, como Assistente de Cerimonial, posto em que permaneço até hoje, no Governo de Wellington Dias.

Escrevi e publiquei, como resultado de minhas pesquisas históricas no Arquivo Público do Piauí, Casa Anísio Brito, São Gonçalo de Batalha, um livreto contando a história de São Gonçalo, padroeiro de Batalha, por ocasião do retorno de sua imagem à Igreja Matriz. Ele estava em Teresina, sob os cuidados da professora Zozilena Fróes, da Universidade Federal do Piauí, que cuidou da restauração da imagem e da pintura. A recepção ao Santo foi uma festa enorme, na Bomba, na entrada de Batalha. Milhares de fiéis se concentravam no local, e, quando a imagem chegou, foi colocada num andor preparado pela Sra. Iolete de Sampaio Machado Melo, do Apostolado da Oração, e seguiu em procissão até a Igreja Matriz.

Depois, publiquei Terra de São Gonçalo - Ensaio sobre a História de Batalha, com um resgate cronológico desde 1712, e em seguida, Sob as bênçãos de São Gonçalo - Aspectos históricos de Batalha, mais recheado de informações.

Recebí a láurea "Poeta Firmino Teixeira do Amaral", da União Brasileira dos Escritores e, recentemente, o Título de Sócio Honorário do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico Parnaibano. Fui incluído, como verbete, no Dicionários dos Escritores Piauienses, de autoria do escritor Adrião Neto.

Trabalhei, também e com muito orgulho, na Rádio Vitória de Batalha, onde iniciei toda a minha carreira de rádio e jornalismo.

Atualmente, estou me preparando para lançar mais um Livro: As Batalhas de São Gonçalo, uma cronologia atualizada e recheada de mais informações sobre a história de minha terra querida, e estou me preparando para, arregimentado um grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento de nossa terra, criar a Fundação Instituto de Cultura de Batalha, para fomentar políticas públicas e resgatar as tradições culturais de nossa "terra eternamente amada"!

O Presidente José Amaro Machado – Parte I

Sou fã, incontestável, de José Amaro Machado. Era um homem acima de seu tempo. Casou – se com dona Mathylde Roza da Silva e teve os seguintes filhos: Maria (que faleceu com os pais), Antônio Raymundo Machado (Tóte), Domingos da Silva Machado (que morreu aos trinta anos), Mathylde da Silva Machado; Josephyna da Silva Machado e Anna Francisca.

Foi um cidadão incomum. Um homem que imaginou e trabalhou por uma Batalha mais justa, igualitária. Era irmão do Coronel Antônio Guilherme Machado de Miranda.

De seus descendentes diretos, em Batalha, citamos: Desembargador João Batista Machado; Professora Matilde de Castro Machado; dona Elza Machado, dentre outros. São vertentes da família: bisnetos, sobrinhos...

José Amaro Machado é um batalhense que merece uma página maior na vida de nossos conterrâneos.

Conversava eu com o saudoso Benedito Melo, grande batalhense que morreu perto de comemorar seu primeiro século de idade. Homem firme, de uma vitalidade enorme. Cheio de sabedoria. Casou duas vezes. Conheci sua segunda esposa, Diva Nina. Teve vários filhos. Aliás, vários era o normal, àquela época. Voltando a Benedito Melo. Foi a primeira pessoa a me falar de José Amaro Machado. Dessa conversa, em seu Armazém, na Benjamin Constant, nasceu a idéia das pesquisas que nortearam meus dois exemplares de Terra de São Gonçalo.

José Amaro Machado era filho do Capitão Amaro José Machado e dona Anna Francisca de Miranda. Anna era neta do Coronel José de Miranda e dona Ana Maria de Mesquita. Aliás, no próximo texto versaremos sobre o assassinato de Amaro José Machado (pai).

O Coronel José de
Miranda

O Coronel José de Miranda era natural da Freguesia de São João Batista, do Arcebispado de Braga, Portugal. Filho de João de Miranda e Mariana de Almeida. Veio de Portugal a convite de seu tio, o Capitão - mor Antônio Carvalho de Almeida. Casou com dona Ana Maria de Mesquita em 24 de julho de 1778, no Sítio da Batalha. Eram primos em terceiro grau.

O Casamento fora realizado pelo Vigário da Freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo, João Raimundo de Moraes Rego, diante das testemunhas: Miguel de Carvalho e Theodosio Lopes Duarte.

Anna era filha de Antonio Carvalho e dona Maria Eugênia de Mesquita.

(MIRANDA, Vicente. Três séculos de Caminhada. Teresina - PI:2001)


Voltando a José Amaro

O ilustre cidadão José Amaro Machado foi Coronel da Guarda Nacional. Juiz de Paz. Tutor dos bens de São Gonçalo; Intendente e Coletor da Mesa Fazendária. Inspetor Literário. Comendador da Ordem da Rosa Imperial. Fundou e presidiu o Partido Conservador da Batalha. Quarto Vice – Presidente da Província do Piauí. Assumiu a Província em 27 de fevereiro de 1972, em virtude da nomeação do então Presidente Manuel do Rego Barros Souza Leão, por ato Imperial para a Província de Santa Catarina.

À essa época, vivia o Piauí uma tremenda crise política. A posse de Amaro aconteceu, justamente, no momento em que os demais estavam impedidos de assumir o comando da Província. A respeito disso, diz o jornal A Imprensa – 29/02/1872 – edição 342: “ Com a posse de Amaro Machado, passou a Província a ter um governo legal, regular e não uzurpado. O sr. Manuel do Rego não pôde mais pretextar que não lhe tivesse vindo a comunicação oficial da sua demissão; deixou, felizmente, o exercício indevido da Presidência da Província em que se achava” E diz mais: “Assumindo a administração da província nas condições em que a deixa o Sr. Manuel do Rego, por causa da sua notável inépcia e subserviência, parece, à primeira vista, milindrosa a posição do Exmo. Sr. Vice – Presidente José Amaro Machado; no entretanto que para S. Excª, refletindo – se um pouco a situação, eh mais favorável possível, uma vez que elle queira governar a Província por si, e somente impelido pelos impulsos de sua consciência e razão”. E continua: “No campo da devastação nada resta a fazer – se para satisfação dos caprichos e ódios dos homens que dominavão a vontade do ex – Presidente Manuel do Rego, e pois o Exm Sr Vice – Presidente não terá necessidade, por certo, de desviar – se dos princípios de moderação para exercer o vandalismo sobre seus patrícios”.

O período da administração de José Amaro foi muito curto. E trágico! Contava – me Benedito Melo, história depois reafirmada por minha tia Teresinha (filha de Adélia e Olegário), e escrita por Jureni Machado Bittencourt em seu livro Apontamentos Históricos de Piracuruca, que vitimado por envenenamento, faleceram José Amaro, sua esposa, dona Mathylde Roza e uma filha de colo, Maria.

O Jornal A Pátria, de 20 de março de 1872, edição 95, conta: “ É com o peito ralado pela mais profunda dor que pegamos na penna para annunciar a Província e ao Paiz a funesta e prematura morte do illustre e honrado piauhyense que dirigia, há pouco, os destinos desta terra, o Sr. Tenente Coronel José Amaro Machado, a qual teve lugar hontem, pelas 9 horas da manhã, em conseqüência de uma febre typhica, adquirida, segundo a opinião do distinto facultativo que o assistio durante a terrível enfermidade, na penosa e incommoda viagem que fez do lugar de sua rezidencia para esta capital, onde a chamado do illustre ex – presidente, Dr. Manoel do Rego, veio empunhar as rédeas da administração da Província, em companhia de sua virtuosa consorte e de umma innocente filhinha, igualmente victimadas do mesmo mal! A infelicidade immensa que acabava de esmagar tão cruelmente a desditosa família do tenente coronel Machado, cremos que dificilmente encontrará exemplos nos annaes do gênero humano, a não ser a que ferio a Família Real Portuguêza a cerca de 11 annos. Três cadaveres em mennos de oito dias. Fatalidade! Quem há ahi que não sinta os olhos arrasarem – se de lágrimas ao ouvir a história dessa infeliz esposa e infelicíssima mãe, vergada sobre o tummulo pelo gélido sopro da morte, ainda na flor dos annos e deixando neste mundo de privações seis innocentes filhinhos um dos quais à falta do doce e vivificador calor do seio maternal, logo se lhe foi reunir sob a fria louza do sepulchro? Qual é o coração, mesmo o mais empedernido, que não se confranja de dor diante do infortúnio espantoso, sem nome, desse esposo e pai desgraçado, envolto no sudário da morte, moço ainda e cheio de vida, com o peito traspassado pela dor infinita da perda prematura da filhinha querida e da consorte idolatrada? Finalmente, quem há ahi que não se commova athe o mais intimo d’alma ouvindo os soluços dilacerantes desses cinco órphãos de pai e mãe que ahi ficam desamparados, chorando a triste e funesta morte d’aqueles que supunham, destinados pela Providência Divina para guiar – lhes os passos, ainda incertos no escabroso caminho da vida? Ninguém; salvo se algum homem há a quem a natureza madrasta deu, em vez de humanos, os instinctos selvagens da fera!.../.../ Nobre e inestimável recompensa que tiveram neste mundo suas virtudes cívicas, suas bellas qualidades e seu nobre caracter. Hoje, que tudo acabou – se para tão distincto cidadão e tão respeitável pai de família, só nos resta a nós, que ficamos pranteando a sua perda irreparável, fazer votos ao Altíssimo pelo seu descanço eterno e de sua virtuosa esposa, e procurar no seio da religião a resignação que o martir de Gólgotha ensinou para as maguas profundas e dores cruciantes. Réquiem eternum donna eis. Dominne est lux perpetua luceata eis”

Após a morte de José Amaro, seus filhos, ficaram sob a tutela do Coronel José Florindo de Castro, que foi o primeiro governante de Batalha e era casado com uma irmã de dona Mathylde Roza, portanto, cunhado de José Amaro e tio das crianças órfãs.

09 novembro, 2006

Alberto Silva

Amanhã, dia 10 de novembro de 2006, é o aniversário de um grande homem público piauiense, detentor de minha admiração e a quem dedico muito respeito. Trata - se do Engenheiro Alberto Tavares Silva, que já desempenhou diversas funções públicas. Foi Prefeito de Parnaíba, Deputado Federal, Governador do Piauí, Senador da República e, nessa última eleição, vitorioso em sua campanha rumo à Câmara Federal.

Vai completar 88 anos de vida. Recebe o carinho e a admiração do povo piauiense!

Para Batalha

Hoje conversei demoradamente com a queridíssima Jacqueline Melo. Outrora habitante de nossa "quente" Teresina, a conterrânea mora em Buenos Ayres, na Argentina, onde acompanha o maridão, o bom caráter Dilmar Silva, nos negócios. Ela é financeira da CCIARG, uma companhia de transporte internacional.

Discutimos, no MSN, sobre vários assuntos, e não esquecemos, é claro, de nossa Batalha, ponto em comum de nossas origens e para onde divergem nossos melhores pensamentos - pelo menos os meus e os dela.

Mas, para falar a verdade, um dos pontos que pouco conversamos foi sobre cultura. Aliás, discutia, ontem, na Praça Pedro II, durante o XXIV Salão de Humor do Piauí, com o colega de Trabalho Willian Tito, que preside o Sindicato dos Artistas do Piauí e o apresentador Mariano Marques, sobre Cultura. É um ponto que não rende votos porque abre a cabeça do cidadão e inculte nela um bando de valores que, nestes tempos de Brasília efervescentemente corrupta, não agrada a muitos.

Falar em cultura, em Batalha, é meio complicado. Nem mesmo esses 151 anos de nossa terra foi capaz de superar as querelas políticas do lugar. Tudo o que se quer ou se vai fazer naquele santo lugar é logo interpretado como ação política, como se tudo o que movesse o mundo girasse em torno de uma cadeira na Vereança ou uma poltrona no Gabinete Oficial. Ledo engano!

Esse blog, que nem sabia como postar, há minutos atrás, servirá para a discussão desses temas, assuntos e outras coisas mais. Discutir, aqui, política pública séria para a cultura batalhense. Se não der para implementá - las, pelo menos buscar salvar as pouquíssimas manifestações culturais que ainda resistem ao peso do tempo e das ações políticas de seus governantes.

Não é dar pão e circo. É fazer valer o resgate das tradições culturais. É aquela história: "a palavra assanha e o exemplo arrasta". Queremos usar o poder da palavra para aguçar o sentido dos cidadãos que nos acessarem, dando o exemplo para atraí - los à nossa causa. Não sem justiça, outros lugares mantêm suas tradições.

Se não, vejamos:

Estive várias vezes em Amarante, assistindo as apresentações dos rfemanescentes do Quilombo Mimbó, na comunidade de mesmo nome: rodas de São Gonçalo, Pagode e tantas outras danças e manifestações afro, que foram passadas geração a geração; Oeiras, primeira capital, além de preservar sua riquíssima arquitetura, não brinca quando o assunto é o resgate das tradições culturais. Notabilizou - se como a Terra da Fé, com a sua Semana Santa internacionalmente divulgada e visitada. Parfnaíba não deixou passar o tempo e preserva o Encontro de Bandas de Músicas, embora um dos maiores ícones da musicalidade piauiense seja o inesquecível Manoel Fabiano. Está, pois, na hora de arregaçar as mangas da paralisia do tempo e partir para a maratona do resgate de nossas tradições. Com respeito, e muita responsabilidade!