28 dezembro, 2006

A Foto do Ano
















"Adorei este sorriso. Eita alegria contagiante!
Parabéns amigo pelo seu blog, adorei!!!
Jacqueline Melo"

"Milton Filho é um sujeito que Deus faz um e quebra a fôrma. A competência e a dedicação ao trabalho são traços marcantes no desempenho do cerimonialista Milton Filho. Na linguagem coloquial "é pau para toda obra", no bom sentido do termo. Com a sensibilidade de uma criança e um senso de humor que deixa qualquer comediante no chinelo, Miltinho é a pessoa que faz a diferença na festa.Sem ele, certamente a festa tá faltando alguma coisa. Lembro-me da imagem na madrugada da Parnaíba, em frente ao cemitério, o Milton Filho discretamente virando uma boa dose de "cowboy". E olha que durante o dia ficou igual uma carne-de-sol no passeio ao Delta. Aproveita as coisas boas da vida sem perder o foco no trabalho sério. Sem querer criar polêmica, mas acho o Miltinho tá mais para a equipe da SAGG do que o seu setor no governo, concordam? Como diz Exupery "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
Carlos Eugênio Teixeira".

26 dezembro, 2006

A Freguesia de São Gonçalo da Batalha

Muito antes de 1853 - marco da criação da Freguesia de São Gonçalo da Batalha, o terreno fértil da religião batalhense já havia sido descoberto. Assim, quando passeamos no Livro Apontamentos Históricos da Piracuruca, de nosso "primo" Jurenir Machado Bittencourt, lançado por ocasião das festas de aniversário daquela simpática cidade, encontramos relatos diversos.

Desde o início da construção da Matriz, em 1794 (concluída, apenas, em 1814) muitos pastores catequisavam e pregavam o Evangelho. Tem - se notícias dos Padres Antônio Sampaio e Francisco Borges, em meados de 1797; Padre Francisco Borges, em 1803; Padre Domingos Dias Pinheiro, em 1804; Padre José Pontes de Menezes, em 1817; e os italianos Frei Apollônio de Mollineto e Lourenço do Monte Leone, "em incursão pela Ibiapaba passaram 21 dias pregando o Santo Evangelho de Deus" em terras batalhenses (in: Cartas Avulsas - caixa 2 - Poder Executivo - Arquivo do Piauí).

Em 1853, foi criada a Freguesia:

Transcrição da Lei de criação da Freguesia:


"Resolução nº 340, Publicada a 24 de agosto de 1853

Crea uma Freguesia no 3º Districto do Termo de Piracuruca, com
a denominação de Freguesia da Batalha


Luis Carlos de Paiva Teixeira, Vice - Presidente da Província do Piauhy - Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Provincial decretou e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1º - Fica creada uma Freguesia no terceiro districto do Termo de Piracuruca com a denominação de Freguesia da Btalha.
Artigo 2º - O orago d'esta Freguesia será o de São Gonçalo e a Igreja Parochial a existente no Povoado que lhe dá o nome.
Artigo 3º - Seus limites serão os mesmos que actualmente tem o referido terceiro districto.
Artigo 4º - Ficão revogadas as disposições em contrario.
Mando, por tanto a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Resolução pertencer, que a cumprão e fação cumprir tão inteiramente como n'ella se contém. O Secretário d'esta Província a faça imprimir, publicar e correr.
Palácio do Governo da Província do Piauhy, 22 de agosto de 1853, 32º da Independência e do Império. Luis Carlos de Paiva Teixeira.
L.S (lugar do selo)
Antônio de Hollanda da Costa Freire"
(in: Código das Leis Piauienses - tomo XIV, parte 1ª - P 23 - 1853)

Faziam parte da Assembléia Provincial, a essa época:

Presidente – Raimundo Antônio de Carvalho
Vice-Presidente – João Antônio Vaz Portella
1° Secretário – Antônio de Sousa Martins
2° Secretário – Francisco José da Silva

Deputados:

Antônio Francisco Sales (Juiz de Direito)
Dr. Simplício de Sousa Mendes
Joaquim Damasceno Rodrigues
Jacob Manoel de Almendra
Antônio de Sousa Mendes Júnior
Eleutério Augusto de Ataíde
Ernesto José Batista
Ângelo Custodio de Araújo Bacelar(Proprietário)
Antônio Martins da Rocha
José Rodrigues Coelho
Mamede Antônio de Lima
Dr. Raimundo Antônio de Carvalho
João Vaz Portella
Antônio Ricardo de Albuquerque Cavalcante
Ângelo Gonçalves (Promotor Público)
Miguel Furtado de Mendonça
Dr. José Mariano Lustosa Amaral
Francisco José da Silva
Otaviano José de Amorim

(in: Legislativo piauiense: www.alepi.pi.gov.br/historia.asp)

Com a sanção da Lei, somente em 1854, realmente, foi instalada a Freguesia, com o reconhecimento do templo de Batalha como Casa de Oração, em 3 de junho daquele ano e, em 20 de agosto toma posse o primeiro vigário oficial, o Padre Antônio Simões de Moura.

A primeira construção da Matriz de São Gonçalo data de 1794, quando foi iniciada e feita uma escriturea pública de doação pelo Major José de Miranda, e concluída 20 anos após, em 1814. Nesses anos todos, sofreu várias reformas.

A Igreja contou, ainda, com uma Confraria, que reunia os "homens de bem" da Villa. Eram os ricos fazendeiros, comerciantes e proprietários, como o Cel Amaro José Machado, Albino Borges Leal, José Florindo de Castro, José Amaro Machado, Antônio Fortes Bustamante de Sá Menezes e Luis Borges Castelo Branco, dentre outros.

O Sino

O Sino de bronze da Matriz - Patrimônio histórico e Cultural da cidade, foi fundido no Quartel das Barras, pelo Mestre Manuel Resplende, que era um exímio conhecedor do manuseio de pólvora para confecção de bombas. À época da fundição dos sinos de Batalha, ocorria a Balaiada - a 'revolta dos balaios' - no Maranhão durante o período de 1830 a 1841 - resultou em mais uma manifestação do processo de crise por que passava a sociedade brasileira durante o período regencial. Sabendo do conhecimento do Mestre Resplende, os revoltosos o sequestraram.

Este sino, hoje, necessita da ajuda de seus abençoados batalhenses. Precisa ser trocado por outro, que custa algo em torno de R$ 10 mil. Uma campanha, encabeçada por nosso amigo Raimundo Nonato Machado - Dudu da Madalena, tenta angariar recursos para a aquisição deste, em Minas Gerais.

O nosso sino, ficará na capéla do Santíssimo, guardado para a posteridade, ladeado por uma placa contando a sua importância histórica para o nosso berço terreno.

Lei nº 346, de 15 de dezembro de 1855

Transcrição da lei de criação da Batalha.

O Comendador Frederico D'Almeida e Albuquerque, Presidente da Provincia do Piauí - Faço saber a todos os seus habitantes, que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e eu sanciono a Lei seguinte:
Atigo 1º - A Povoação de Batalha, da Comarca de Parnahyba, fica ellevada a cathegoria de Villa, com a mesma denominação que tem.
Artigo 2º - O seu termo terá por limmites os mesmos da Freguesia.
Artigo 3º - Haverá na mesma Villa um Escrivão com atribuições civeis e crimmes, servindo, também, de Tabelião do Público, Judicial e Notas e mais annexos.
Artigo 4º - Esta Lei só deverá ter execução depois que houver na referida Povoação, Casa de Câmmara, Jury e Cadeia, ou casa apropriada para prisões, promptificadas independentemente de dinheiros públicos.
Artigo 5 º - Revogão - se as disposições em contrario. Mando por tanto a todas as authoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumprão e fação cumprir tão inteiramente como n'ella se contém. O Secretário d'esta Provincia a faça imprimir, publicar e correr. Palácio do Governo da Provincia do Piauhy, 15 de dezembro de 1855 - Trigésimo quarto da Independência e do Império. Frederico D'Almeida e Albuquerque.
L.S. (lugar do selo)
Filinto Ellysio Fernandes de Moraes a fez.
(in: Código das Leis Piauienses - tomo XV, parte 1ª, p 7 - 1855)

A essa época, a composição da Assembléia Provincial era a seguinte:

Presidente –Antônio Francisco Salles
Vice-Presidente – Antônio de Sousa Mendes Júnior
1° Secretário – Francisco José da Silva
2° Secretário – Umbelino Moreira de Oliveira Lima

Deputados:

Antônio Francisco Sales (Juiz de Direito)
Dr. Simplício de Sousa Mendes
Joaquim Domingos Moreira
Jacob Manoel de Almendra
Antônio de Sousa Mendes Júnior
Ten. Cel. Raimundo José de Carvalho e Sousa
Ernesto José Batista
João Ignácio Botelho de Magalhães
João do Rego Monteiro
Umbelino Moreira de Oliveira
Mamede Antônio de Lima
Dr. Raimundo Antônio de Carvalho
Basílio Francisco da Rocha
Umberto Raimundo de Aguiar
João Martiniano Fontenelle
Luís Furtado de Mendonça
Dr. José Mariano Lustosa Amaral
Francisco José da Silva
Benedito Ferreira de Carvalho
Antônio Fernandes de Vasconcelos
(in: Legislativo piauiense - www.alepi.pi.gov.br/historia.asp)

A instalação da Batalha

A Villa da Batalha de São Gonçalo foi instalada em 7 de setembro de 1858, após serem preenchidos os requisitos exigidos pela Lei. A construção das Casas de Câmara, Jury e Cadeia, que compunham o "Paço Municipal", foi custeada pelos ricos fazendeiros e proprietários da terra.

Nessa data, Benício José de Moraes, Juiz da Piracuruca, instala oficialmente a Vila e dá posse ao seu primeiro Governante, o Cel. José Florindo de Castro. A Câmara da Batalha ficou assim composta:

José Joaquim de Carvalho
Galdino Fernandes de Oliveira Rebouças
Antônio José Vaz
Tibúrcio Rodrigues de Carvalho
Joaquim Marcelino de Carvalho
Antônio Cardoso de Macedo
Antônio Lopes de Miranda

20 dezembro, 2006

Termo de Limites da Freguezia de S. Gonçalo desta Villa de Batalha

Relatório do Padre Clarindo Lopes Ribeiro, transcrito do Livro de Tombo da Paróquia e datado de 22 de janeiro de 1911:

" É muito para admirar que, sendo há tantos annos creada esta freguezia, como sabemos e abaixo mencionamos, somente agora em o nosso parochiato se achem delineados todos os pontos de contacto desta freguezia com as outras suas limitrophes!

Ao mesmo tempo, porém, que isto, vem calar fundo em nossos corações, depara - nos que isto não fôra desleixo dos nossos predecessores, porquanto, em o primeiro livro que servia de Tombo desta parochia, se achava juntamente a Lei da creação desta Freguezia, e por conseqüência, esclarecidos os seus limites; causa porém alheia a nossa vontade, veio trazer - nos a improvancia desses mesmos limites, a qual não me é estranha.

Até o parochiato do Revmo. Sr. Padre Gervásio, esta freguezia achava - se de posse de todo o histórico dos acontecimentos n'ella desenrolados, porém, como não nos é desconhecido, este zeloso Vigário teve um accesso de loucura e isto foi bastante não só neutralizar toda a marcha de um belo ministério, como também vir de um certo modo, prejudicar o archivo da freguezia, reduzindo - o quase todo a cinzas, fazendo parte desse fatal dezastre, o nosso livro que servia de - Tombo.

Eis pois a razão porque, conhecedor desse facto, achando - se a freguezia na escassez dos seus limites, ouvidei todos os meus esforços para, de novo, reencontral - os.

Transcripta a lei da creação desta freguezia, é mais fácil saber os seus limites; e para isso pedimos a um amigo que nos desse, por cópia, os limites civis no tempo que data a creação da freguezia (24 de agosto de 1853), o que, solícito, não se fez tardar, offerecendo - nos o que abaixo transcrevemos:

Limites:

Do rio Longá, na passagem que segue para as Barras dahi em linha recta ao município de Peripery, passando pelas seguintes moradas: Jenipapeiro; Buqueirão; Jabuti; Triângulo; Atoleiro; Morada de Dorothéu Pereira; Palmeira. Anajá, Terra Nova, Poço, Tapéra; Satisfeito dahi em rumo a Piracuruca pelas moradas seguintes: São Paulo; Carêtas; Cajueiro; Porto do rio dos Mattos; e deste, em direcção de uma mata que se tem entre as fazendas Boca da Picada e Lagoa do Sacco, e dahi tomando direcção a fazenda do falecido Prudente Rodrigues de Carvalho, sob o nome Jucá, passando na Picada da Cuia que extrema com o município de Burity dos Lopes, dahi rumo para os logares Atajuba; Verêda; Arame; Barreira Branca; Cantinho, e dahi saindo pela margem direita do rio Longá atté a passagem de Barras, já acima referida.

Batalha 22 de janeiro de 1911

O Vigário, Padre Clarindo Lopes Ribeiro".

Reflexão para o nosso Natal

Gente, olha que mensagem linda... É o "meio termo" para uma boa reflexão nesses dias.

"Neste natal vamos multiplicar amor! que nossas mãos sejam portadoras de paz, de afagos, de carinhos; que escorra delas os mais límpidos sentimentos de bálsamos, de alívio, de força, de luz!
Que possam ser espalhadas boas sementes na terra árida, fazendo germinar o amor entre as pessoas, multiplicando cada melhor essência de nós, fazendo-nos fortes ao meio à tempestade, deixando-nos ver o sol que nasce:
que rompe a noite...
que se faz dia...
que se faz belo....
que se faz vida...
que se chama amor!


Este Natal deve ser um
Aconchego de Paz.
A paz que você tanto almeja faz morada em seu coraçãoe anseia por fazer-se sentir em seus relacionamentos consigo mesmo, com o mundo e com Deus.

Acalente a paz!
Vez por outra, distancie-se de fontes de barulhoe mergulhe no silêncio. Ouça Deus que fala no esplendor da Criação,no âmago de seu coração e lhe faz o convite:"Venha a um lugar deserto..."Acalente a paz ouvindo os sons da naturezaou estilos de músicas que acalmam, relaxam e harmonizam.

Alimente a Paz!
Considere suas leituras, diversões,o uso que faz dos meios eletrônicos e questione o que disso resulta para seu sistema nervoso,seu modo de pensar, sentir e agir. Alimente a paz fazendo escolhas inteligentes. Que tanto seu corpo quanto sua mentee espírito tenham alimento e tratamento saudáveis.

Repense a Paz!
Mostre compreensão para consigoe para com quem lhe causa alguma ofensa ou agressão.Espere que se acalmem as tormentas,e que não afetem suas reações. Experimente ler nas entrelinhas,olhar os acontecimentos com os olhos de Deus,ir além das aparências, devolver recados amorosos,lembrando Cristo que disse:"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".

Acorde a Paz!
Avalie seu envolvimento em tantas atividadese ofereça mais tempo para ouvir o que seus familiares,amigos, vizinhos e colegas têm a dizer. Há preciosidades no passado, tesouros de famíliaque fazem parte de sua história e, cujo resgate,podem dar novo sentido à sua vida.Lembre-se: Você faz parte de um todo,interage com muitas pessoas,mas as mais próximas são as que têm a possibilidade de ajudá-lo.

Reconsidere a Paz!
Experimente encontrar tempoe jeito de aproximar-se dos atarefados, cansados e nervosos;oferecer companhia de silenciosa espera, lembrando o Mestre que disse:"Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarregados...aprendei de mim que sou manso e humilde de coração"Saboreie a prosa e a poesia, os serões na varanda,o jantar à luz de velas, passeios ao luar,artesanato, histórias, canções e brincadeiras.Acolha a Paz !Aquiete-se! Encontre tempo e espaço para Deus e sintonize com o infinito.

Ouça a voz dos Anjos em coro:"Glória a Deus nas Alturas e Paz aos homens de boa vontade"!Aceite o abraço da graça, da misericórdia e do perdão,da reconciliação e da paz.
Abra os ouvidos de seu coração para a voz do Ressuscitadoque ainda repete:"Dou-vos a paz, deixo-vos a minha Paz"

Ajude em Paz!
Procure ao seu redor a menção do amor filial. Do amor, que, em paz, ajuda em silêncio.

Dê a mão a um irmão... Olha quem passa, aquele, que, pela sorte, nasceu manco, sem visão, sem voz, sem ouvir... Aquele que pelo tempo, nasceu sem sentidos, nasceu desprovido da facilidade que nós temos de ir, de vir... De pular, de rir, de gargalhar, de correr... Ai, a paz... Ela é muito paz! Veja que esses nossos irmãos, são nossos irmãos... São até mais irmãos do que nós mesmos de nós! Vivem em Paz! Talvez até comunguem a Paz!

Presenteie-se, você é um presente de Deus para nós!
Areje sua morada interior, limpe as vidraças,deixe o sol fazer festa nas arestas do seu coração. Convide o luar ou as estrelas para brincarem de acender centelhas de risos, centelhas de fé.
Embrulhe-se em delicadezas e simplicidade e prepare-se para receber JESUS - o Príncipe da PAZ. Em cada celebração de Natal, Ele pede amorosamente, acolhida e pousada em seu coração, morada preferida de Deus.

Tenha um Natal cheio de luz. Cheio de Bondade! Cheio de Amor! Cheio de Paz!"

15 dezembro, 2006

15 de Dezembro: uma discussão sadia

Me recuso a aceitar a data de 1938 como a da emancipação da Batalha. Para tanto, publico abaixo, texto de autoria do Professor Fonseca Neto, publicado na coluna Escrevo e assino em baixo, do Jornal Diário do Povo, quando da publicação de meu livro Sob as bên~çãos de São Gonçalo - Aspectos históricos de Batalha.

O Professor Fonseca Neto é referência quando o assunto á História. Advogado, é Professor da Universidade Federal do Piauí, onde é Diretor de Centro. Muito respeitado no meio cultural piauiense, o Professor disserta sua opinião sobre o que eu escrevi em meu livro, e fala sobre as datas batalhenses.

Batalha de São Gonçalo: do Sagrado ao Profano

Por intermédio do amigo e professor Urbano Castro Machado, chegou - me às mãos há alguns dias o livro que Milton Martins Filho escreveu sobre a cidade e o município da Batalha, neste estado.

Trata - se de um resgate histórico interessante esse do Miltinho (assim o autor é conhecido entre os seus). Organizado e apresentado de forma a sobressair uma linha cronológica, além de alguns breves ensaios sobre fatos e personalidades locais, o estudo cumpre um papel essencial: traz a público um conjunto de informações sobre a origem e a formação da comunidade batalhense, notícias essas certamente pouco conhecidas ou mesmo desconhecidas de muitos.

Numa de suas obras mais festejadas, o livro Passeio a Oeiras, o historiador Dagoberto Carvalho Júnior enuncia uma frase de efeito e muito acertada (lapidar, por assim dizer): "Nenhuma cidade é portuguesamente brasileira se não nasce em derredor de uma igreja". Diz isto para começar a falar da primeira entre as primeiras Vilas - Cidades do Piauí, sua terra - berço.

Nesse trabalho, Carvalho Júnior nos conduz a um passeio pela trissecular Oeiras, seguindo um roteiro sentimental e pitoresco incensado pelo lirismo e poética.

De outra maneira, focando com lentes possantes o processo de constituição do espaço público urbano brasileiro, Murillo Marx, numa tese de livre docência apresentada à USP - Universidade de São Paulo, há dez anos, e logo feita em livro, vê - se quão poderosa e determinante foi a influência da esfera eclesiástica no dito processo.

O livro de Marx chama - se Nosso Chão: do sagrado ao profano (escreveu outro depois, 1992, Cidade no Brasil: Terra de quem?, em que retorna à questão). Em ambos, esse autor mostra de forma brilhante como o espaço urbano no Brasil, fundado canônicamente em "derredor" e em função da igreja("local pio","sagrado"), foi sendo secularizado/laicizado e se transmutando em chão público - civil ("profano"). Dizendo de outra maneira: de como a "Terra do Santo" foi se tornando "terreno foreiro municipal".

Em recente estudo de autoria das professoras Maria Célis Portella Nunes e Irlane Gonçalves de Abreu, intitulado Vilas e Cidades do Piauí (FUNDAPI, 1994), tomando de certo modo e em certa parte o esquema explicativo do próprio Murillo Marx, examinam elas o processo de formação das primeiras freguesias e vilas piauienses, chamando a atenção, sobretudo, ao traço comum destas, qual seja o nascimento a partir das capelas erigidas nas fazendas de gado.

Dizem Célis e Irlane (p. 92): "Via de regra, instalada a fazenda, assentados os fregueses ou vizinhos, o proprietário, por sua vontade ou atendendo a rogo de terceiros, cedia uma parcela da terra a um santo da devoção daquele povo. Erguia - se, então, uma capela (...). A terra do Santo transformava - se, a partir de então, em terra de ninguém (o poder de seus ex - donos, em tese, se tornaria igual ao dos outros fregueses) e em terra de todos em relação ao chão em que estava enraizado, um significado especial: não era público e nem privado, mas transcendia a esses domínios, tornando - se no imaginário popular um símbolo de proteção, tanto na vida como na morte. A própria ascensão de uma pequena freguesia à condição de vila, e depois à de cidade, tinha seu aval na Igreja". Apenas um reparo nessa análise: era mais comum, ao que se sabe, os fazendeiros adotarem como orago os Santos de sua devoção e não os do povo.

É possível que Miltinho não tenha tido acesso a esses estudos e interpretações, até porque não os cita. Mas o livro que fez sobre Batalha mostra exatamente o nascimento de uma comuna piauiense perfeitamente conformada na explicação acima. Aliás, a formação da Batalha evidencia outro traço geral e muitas vezes propositadamente esquecido que enreda o nascimento das comunidades lusas neste lado do Atlântico: o genocídio das populações nativas.

A atual povoação da Batalha é fundada no momento mesmo em que tropas a soldo de entradistas chefiados por Bernardo de Carvalho (Mestre de Campo e "senhor" de Bitorocara/Campo Maior) esmagam no campo de batalha os seculares e autênticos habitantes do lugar, os índios. Isto ocorreu, em algum(uns) dia(s) dos meses finais do ano de 1712, e logo depois "brancos"(fazendeiros e vaqueiros) tomam de conta definitivamente das terras e instalam seus criatórios. Está fundada a hoje cidade da Batalha. Em 1725, já estava levantada a Capela de São Gonçalo.

Gonçalo Carvalho da Cunha, Capitão - mor das Entradas é um dos chefes dessa (para eles) vitoriosa perseguição aos nativos. Miltinho não afirma, mas deve ser esse o Chefe que se impôs como "posseiro" do lugar, fundando assim a Batalha, e se constituindo no único eleitor de São Gonçalo para orago e protetor do lugar/povoação que fundara com a dizimação da indiada. O Padre - historiador Cláudio Melo, que em Portugal garimpou como ninguém dentre nós um grande número de importantes documentos da História do Piauí (alguns deles citados - transcritos pelo próprio Miltinho), ajuda - nos a revisitar esse cenário de guerra em mais de um de seus estudos.

Aliás, um desses documentos é datado de 25 de maio de 1713 e foi escrito por Sebastião Lima, e nele há a notícia dessa guerra "justa" aos índios no lugar da hoje povoação da Batalha (MELO, Cláudio. Bernardo de Carvalho. Teresina. EDUFPI, 1988. p. 31).

Num dos capítulos, Miltinho discute e recusa, acertadamente, uma data do ano de 1938 escolhida como da "emancipação" político - administrativa do hoje Município. De direito Batalha foi feita município em 1855, no mesmo lugar da Freguesia/Paróquia, no espaço da jurisdição civil do Terceiro Distrito do Termo Judicial da Piracuruca. De fato, ela foi fundada em 1712/13, portanto exatos 140 anos antes da Freguesia e 142 anos antes do município. Se é mesmo para se escolher uma "data magna", cheia de grandeza para a comunidade celebrar, porque não volver à vitoria na batalha donde nasceu a Batalha?

É de se indagar, todavia: convém celebrar uma façanha que demarca uma vitória do "branco" (português) sobre o vermelho (indio)? Sim, assim me parece e tudo depende do tipo de valoração que se dê ao fato histórico. Afinal, a história se move remoendo contradições.

Tinha mais a dizer sobre o livro de Miltinho Martins, mas meu espaço acaba de acabar. Resta um cumprimento final e um convite para que ele aprofunde, ainda mais, suas pesquisas. Todos temos a agradecê - lo: sua terra, com sua legião de Gonçalos e nós, que amamos a história.

13 dezembro, 2006

O sorriso do José Milton


É esse sorriso inocente, do José Milton, o presente para Batalha, nesses 151 anos de existência!

Para ela, a nossa terra - mater, toda a pureza do sorriso de uma criança, fruto de seu passado, esperança de seu futuro!

Batalha, meu amor

15 de dezembro de 1855. Imagino, eu, afeito ao metier diário de Cerimonial e Protocolo, que deva ter acontecido um ato solene.

Teresina, recém transferida sede da Capital da Província do Piauhy. Pelas tantas horas, reunidos no Gabinete do Presidente, autoridades diversas. O Presidente da Assembléia Provincial, Antônio Francisco Salles e os Deputados Simplício Mendes, Jacob Almendra e José Mariano Lustosa Amaral dão o tom político do evento. Na tribuna, a Lei de criação da Batalha.

O Comendador Frederico d’Almeida e Albuquerque, Presidente da Província, eleva a Povoação da Batalha a categoria de Villa com a mesma denominação.

Antes disso, em 1842, José Felício Pinto, em seu livro O Município no Piauí, nos dá a notícia do desmembramento do território de Batalha do município de Piracuruca, nosso tronco - mater. A Matriz de São Gonçalo, iniciada sua construção em 1794, fora concluida em 1814: 20 anos. Em 1838, Manoel Resplende funde os sinos de bronze de nossa Igreja, no Quartel das Barras, antes de ser sequestrado pelos revoltosos da Balaiada.

Antes disso, Luis Carlos Paiva Teixeira, magistrado - como Presidente da Província do Piauí criou em 22 de agosto de 1853, a Freguezia de São Gonçalo da Batalha, reconhecendo o seu templo, como casa de oração, em 03 de junho de 1854, quando tomou posse o seu primeiro Vigário, o Padre Antônio Simões de Moura.

A Villa da Batalha, então, criada em 15 de dezembro de 1855, fora solenemente instalada em 07 de setembro de 1858, no "Paço do Conselho", também, suponho, em uma cerimônia festiva, pelo Juiz de Piracuruca, Benício José de Moraes. Nessa ocasião, foi dado posse ao Conselho de Intendência, à frente, José Florindo de Castro.

Daquela Batalha distante na história, nos restou resquícios da Matriz de São Gonçalo, reformada e com suas torres derrubadas. Das torres antiga nos restou apenas os sinos, que, em seus repiques, nos trazem lembranças longinquas...

Ficou, também, para as nossas gerações, a Fé de nossos antepassados, no nosso Patrono, Padrinho, Padroeiro querido, São Gonçalo, que, de seu altar, passa os dias e as noites em vigília a nos abençoar, iluminar e guiar nossos passos com a divina bênção de Deus.

É para Batalha, meu eterno caso de amor, que ofereço essa singela homenagem. Uma homenagem que se estende aos seus filhos: aos que nos deram a vida, nossos pais; Aos que nos fizeram continuar na vida, mais pais ainda. Aos amigos perdidos nessa longa estrada. Aos que ainda estão por aqui... Aos que já se foram, para outras paragens... para outros lugares... para outros andares... para o além, nos deixando com a saudade infinda.

Mas para Batalha, quero deixar o sorriso do José Milton, ali da foto de cima, como símbolo de esperança em uma Batalha promissora... Que o futuro guarde para ele, e para todos os da idade dele, a quem ele representa nesta crônica, o que nós pudemos e faremos de melhor para nossa terra - berço, nosso torrão natal. É para ele, e para eles e elas, nossos filhos e filhas, que estamos buscando fazer uma Batalha mais justa. Mais digna.

E junto, esse magnífico refrão, plageando o nosso Hino: "Batalha terra eternamente amada, teu nome em nosso peito faz pulsar. E para te ver sempre exaltada para a glória havemos de lutar!"

04 dezembro, 2006

A Festa

Nossa turma da Superintendência de Articulação da Gestão Governamental - SAGG, da qual eu não faço parte, pois sou da Supérintendência de Gestão Interna, mas, metidamente, estou em todas, reuniu - se para uma comemoração de alguma coisa. Acho que foi da AMIZADE, que está imperando como nunca!

Desta vez, foi na casa dos pais da esposa do Ricardo, a Cássia. Foi tudo muito bom. A Carneirada da SAGG teve a participação especial de nosso querido amigo João Eudes, de São Raimundo Nonato, que trouxe dois carneiros "gordíssimos" preparados devidamente pelo Joãozinho e sua esposa, e servido assado e "trinchado" pelo Zezinho e pelo Maninho.

Quase todos compareceram. Faltou o "gostosão" do Gilson, o Guto, "mortiça", e a Rosinha. A Celene foi com outra amiga. Aumentou, dessa vez, o Petit, com a esposa, e a Mara Beatriz, com o esposo. Foi super animado.

A música truou durante a noite: Frank Sabbá, que arrasou no violão, foi acompanhado pelo Petit e por mim. Cantamos todas do Roberto Carlos, algumas das antigonas de seresta eoutras não menos populares.

O assunto, como não poderia ser diferente, foi nosso agradabilíssimo passeio ao litoral. E o ponto alto da festa, foi a fala do Chico Antônio, nosso Superintendente, que arrasou nos agradecimentos e em suas palavras. Foi o momento mais emocionante, pois o João Eudes, coitado!, quase se acaba de emoção. A Lourdes, altamente nervosa, teve logo uma crise, não sei de que, mas teve.

Todos saíram, foram se indo, aos poucos, e ficamos só nós: Eu, o super - irmão ativar, Jonas, o Carlos Eugênio, Rocha, Samaritana, Ricardo, a esposa e a sogrinha. Ficamos até o sol raiar. Faziam muitos meses que não sabia o que era chegar em cas com o sol no nascente!

Mais uma vez, foi 10, ops, 13!

A Festa 1




A Festa 2




A Festa 3




01 dezembro, 2006

Ao Mestre Fabiano, com louvores!

Publicado na imprensa piauiense em 08/2004

A Academia de Letras do Vale do Longá decidiu, em reunião de seus acadêmicos, aumentar o número de cadeiras daquele sodalício e prestigiar figuras de importante relevância no mundo cultural da região de sua atuação. Isso é louvável! Através da coluna da ALVAL, tomei conhecimento da homenagem a Manuel da Costa Lima, músico batalhense da melhor estirpe e um dos maiorais da cultura tupiniquim.

Seu Fabiano, como era conhecido, notabilizou - se por sua simplicidade, humildade, mas de uma riqueza espiritual das mais belas e merecedora de nossos encômios. Analfabeto, por não ter frequentado escolas, mas de uma sabedoria infinita, destacou - se desde muito cedo por sua inteligência musical. Foi um eximio saxofonista.

Sua produção musical inspirou gerações. Inspirou e animou milhares de jovens por esse mundão afora. De tantas, voltemo - nos à valsa Momentos felizes. Melodiosamente linda! Ternamente clama e mansa! Ouvi, do próprio Fabiano, ainda em vida, que a mesma fora composta em meados de 1918, numa viagem que empreendera no lombo de um jumento, de volta a Batalha, depois de um animado e concorrido baile que tocara na Piracuruca de Nossa Senhora do Carmo. Cansado, parou para descansar, quando o sopro de sua aguçada e audaciosa inspiração, lhe trouxe à tona a valsa que se tornaria, em pouco tempo, um lenitivo para os ouvidos mais exigentes. A ouvi várias vezes, até solfejada pelo autor. Emocionei - me, ouvindo - a em duas oportunidades: a primeira, em Oeiras, por ocasião das comemorações do 24 de janeiro, em 2003, executada pelas senhora octogenárias do grupo Bandolins de Oeiras; e a segunda, dias atrás, com o maravilhoso e querido Paulinho Ferreira, bancário aposentado, executando no acordeon, acompanhado da Carla Ramos ao piano.

De sua lavra, várias outras composições consagradas e tocadas em Bandas de Música. Sua paixão eram instrumentos de sopro, registre - se. Foi ele que ensinou uma geração de bons músicos espalhados por aí. Regeu Bandas em Luzilândia, Barras, Esperantina, Piracuruca, Ubajara. Andou pelo Maranhão, também. Foi bravo em seu mister!

Homenageou diversas personalidades, criando valsas e dobrados. O Coronel Torres de Melo, que comandou a gloriosa PMPI virou nome de dobrado. Seu genro, Simplício, casado com a Tetê, tem a família toda musical. São netos e netas do velho Fafá. Os meninos, ligados à Polícia, ao Exército e à Banda 16 de agosto, da PMT. Lima Neto, filho da querida Maúde passou por todos os instrumentos musicais.

A memória musical de Batalha está resgatada em dois cd´s, Alvorada Batalhense. Com músicas de Fabiano, Quincas e Pantim.

Assim, cabe um agradecimento à Academia de Letras do Vale do Longá, através de sua Presidente, Socorro Carvalho, emérita Professora da UFPI, e irmã do saudos Zé Carvalho, casado com dona Adelaide, e a seus acadêmicos: Gisleno, Francy, Carlos Magno, Reinaldo, Léa, Homero, Herculano, Lizete, Antenor, Bilé, Dilson, Dayse, João, Magno, Geraldo, Melquisedeck, José, Delson, Cléa, Altevir, Tomaz, Frederico, Wilson, Ribamar, Sarah, Pedro, genuíno, enfim, a galeria de imortais que homenagearam Batalha. A Batalha de São Gonçalo, santo padroeiro ao qual Fabiano compôs, na década de 40, e dedicou -lhe um hino, ainda hoje entoado com fervor por nós, seus devotos: " Quando o inferno conspirado, julgar minha perdição, Glorioso São Gonçalo, vem salvar meu coração! Ao bom povo de Batalha, vossas bênçãos derramai! Glorioso São Gonçalo, a Deus por nós, Rogai!"

30 novembro, 2006

De Castello Branco a Tabatinga

Publicado na imprensa piauiense em Junho/2002

Os grandes homens, aqueles de feitos e fatos, não morrem: perpetuam - se na história. Assim quero iniciar minha homenagem ao cidadão HUMBERTO LOPES TABATINGA.

O homem, nasceu em 02 de novembro de 1934, filho de Rufino Lopes Castello Branco e dona Joana. É de uma história de vida fascinante. Contava - me ainda ontem, minha tia Matilde, contemporânea de Humberto, que desde sua morada na nossa vizinhança, aqui na Praça da Matriz, há algum tempo, o grande homem a quem dedicamos essa dissertativa crônica destacava - se pela sua lealdade, amizade e, acima de tudo, pela sua preocupação com a população menos assistida de nossa terra - Batalha.

O interessante notar em seu sobrenome, é que seu pai, Rufino, descendente em linhagem da dinastia de Dom José da Cunha Castello Branco, estudou no Rio de Janeiro Engenharia Mecânica. Ao retornar ao Piauí, instalou equipamentos no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, a Usina Elétrica de Campo Maior, e, depois, a convite de Clovis Melo foi para Batalha, onde montou, equipou e fez funcionar a primeira Usina Elétrica da cidade, cujo equipamento principal, ou o que dele restou, foi transformado em monumento à frente da Biblioteca Pública Padre Guimarães, criada por Humberto quando Prefeito de Batalha. Uma desavença familiar fez Rufino, o genitor, retirar de seus filhos o imponente sobrenome. Dali em diante, todos os seus descendentes passariam a se assinar com o sobrenome Tabatinga, família genuinamente batalhense. Agora, recentemente, seu sobrinho, José Edson, casado com Rosa, filho de seu irmão Francisco - seu "Chico", deu o nome de Rufino Lopes Castelo Branco, a um filho, retomando o sobrenome tradicional da família.

Humberto Lopes Tabatinga casou com dona Raimunda Nonata de Araújo, dona Doquinha, também de importante ramo batalhense. Seu bisavô, José Florindo de Castro foi Deputado Provincial, Intendente da Batalha. Seu tio - avô, Castro Filho, Deputado e Intendente. Seu avô, Fernando, farmacêutico, Intendente e autor da planta de reforma do "frontespício e da nave central" da Matriz de São Gonçalo. Desse matrimônio nasceram Joana Leocádia, homenagem às avós; Maria Angélica e Ângela. Todas muito bem casadas. E com filhos.

Humberto foi Prefeito de Batalha num período de transição, onde o Brasil buscava a democratização de suas instituições. Foi uma gestão voltada para o engrandecimento sócio - econômico e cultural da terra que elegera sua. A terra onde formou família. Me vem à tela da memória, nesse instante, momentos de recordação do Projeto Casulo, que mantinha creches, inclusive uma, funcionando na casa de seu Chico Melo, na esquina da Praça da Matriz com a Praça Antônio Guilherme. Memoráveis desfiles de 7 de setembro folram realizados sob a coordenação das Professoras Maria José da Rocha Melo, Matildes de Castro Machado e Maria Duarte Sobrinho, com a participação de escolas municipais e estaduais. Nesse período houve, ainda, a implantação da primeira Agência do banco do Brasil, para fomentar o desenvolvimento agrícola, e a Torre transmissora de sinal de TV.

Tabatinga era um homem preocupado com os valores de nossa terra. Tanto que , por decreto, criou um concurso público para a escolha dos símbolos municipais, tendo sido vitoriosos a Bandeira, desenhada por Toinha Soares (que saudade!) e o Hino, composto por Nicodemos Rocha, que retrata as riquezas, o passado e o presente, e os desejos do Porvir.

Foi realizada, pela primeira vez, a Feira do Município, com um forte apelo para as demonstrações de nossas riquezas culturais - danças, músicas e artesanato, culinária e gastronomia.

Morreu, o homem, edm 23 de junho de 2002. Ficaram os exemplos. Exemplos de cidadania, amor ao próximo, respeito, honestidade, humildade, trabalho.

De valores inabaláveis, Humberto foi uma fortaleza de espírito. Aliás, espirituoso como poucos. Dele guardarei lembranças inapagáveis. E para ele, me resta mais uma homenagem, em trechos do hino que ele escolheu para todos nós: "...riachos serpenteiam murmurando, ao solo da ametista treme - luz. Óh! Mãe a aurora surge proclamando, os dons e as virtudes que possuis..." e finalizo: " ... Na memória estão os nossos pais, e o passado dorme no teu chão, os sonhos deles tornam - se reais, e nós guardamos suas tradições..." Espero que esses "sonhos", os de Humberto por uma Batalha melhor, com desenvolvimento e igualdade social, se transformem em realidade: justa homenagem do povo batalhense, através de seus gestores, à memória desse cidadão.

Antônio Machado Melo - um homem em seu tempo!

Artigo publicado na imprensa piauiense em 07/2002:

"Embora não tenha sido convidado a participar das solenidades celebradas em torno do primeiro ano de falecimento de meu prezado amigo Antônio Machado Melo, e - Prefeito de Batalha e ex - Deputado Estadual, registro, neste Jornal, a justa e merecida homenagem que lhe foi prestada pelo Poder Público Municipal Batalhense, ao qual ele serviu por cinco vezes - um marco político na história de nossa terra que o elegeu, por duas vezes, representante da região na Assembléia Legislativa.

Antônio Machado Melo é filho dos remanescentes mais históricos da fundação de nossa querida Batalha. Nasceu em 17 de agosto de 1912, filho de Anna de Castro Machado Melo - Nanoca e Messias de Andrade Melo, este, de tradicional e importante família de desbravadores da antiga vila de Santo Antônio do Surubim, atual e bela cidade de Campo Maior. Do lado materno, Machado Melo descende, em linhagem direta, de políticos de grande inportância e influência no contexto histórico da Província do Piauhy.

Era bisneto de Amaro José Machado, português que foi o primeiro administrador da Vila da Batalha, pelos idos 1850. Amaro era casado com Anna Francisca de Miranda, de importante clã familiar que, chegando ao Brasil, radicou - se na região de Piracuruca. Da família, citamos, ainda, o Major José Rodrigues de Miranda, que foi influente na Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, e, antes, mandou erigir "às suas expensas", o templo de São Gonçalo, em Batalha.

José Amaro Machado, outro importante nome da família, era Coronel da Guarda Nacional e foi casado com Mathylde Roza, de importante clã parnaibano. Foi Intendente e presidiu o Partido Liberal. Comendador da Ordem da Rosa, comandou o destacamento militar da Vila da Batalha. Vice - Presidente da Província do Piauhy, foi seu Presidente por um curtíssimo período, quando foi envenenado com a esposa e uma filha de colo, vindo, os três, a morte imediata.

Antônio Guilherme Machado de Miranda, outro importante membro desse clã, era avô de Machado Melo. Foi intendente da Batalha, Deputado e Desembargador do Tribunal Especial. Era casado com doma Maria Magdalena de Castro Miranda, de linhagem parnaibana, que foi Professora de Primeiras Letras.

Messias de Andrade Melo, pai de Machado, administrou Batalha por várias oportunidades. É nome do Hospital de Batalha.Casou com Anna de Castro Machado (Nanoca).

Dos irmãos de Machado, destacamos Clovis, que foi Prefeito de Batalha, Deputado Estadual e Conselheiro do TCE - PI. E, Balthazar. A esse, quero abrir um parêntese nessa crônica. Pense num cidadão. Pronto: Balthazar Melo. Tive a oportunidade de conhecê - lo. E conviver animadas rodas de conversa. Com ele e com sua Secé, duas figuras a quem dedico uma página de minha vida. Pela amizade, e acima de tudo, pelo respeito que os dedico. A ele, a Secé e a seus filhos mais queridos: Ana Cristina, Baltazar Filho, Ângela, Lina Rosa e Tereza do Carmo, sem esquecer Paulo Henrique e José Andrade. Foi Presidente da CEF e do TCE - PI.

Antônio Machado Melo, faleceu em 02 de julho de 2001, aos 89 anos, no Hospital Casamater, em Teresina, rodeado pelo amor de seus filhos e filhas. Foi casado com Dedila Freitas Melo, de saudosa memória. E desse enlace, nasceram: José - médico, mora em Salvador; Clóvis, Antônio e Célio - Agropecuaristas, moram em Batalha; Amaro José - empresário; João Messias, ex - Prefeito de Batalha; Maria do Socorro (que deixou muitas saudades, mãe de nossas queridas Anucha e Natacha); Paulo de Tarso, Ana Lúcia e Jacqueline (querida amiga, companheira de alegrias e tristezas...).

Continuará sendo, por muitos anos, ainda, um dos maiores cidadãos de Batalha. Seu destaque no mundo político piauiense é notório e da maior relevância. Suas ações em beneficio do povo batalhense, suas obras, construídas com o pensamento voltado ao desenvolvimento da terra - máter e, acima de tudo, seus exemplos de cidadão, de homem público, de esposo e pai, continuam para a posteridade. Foi odiado e amado!

O busto de bronze, que espera, ainda, uma placa dígna de sua história, inaugurado na praça central de sua Batalha, perpetua a inigualável e brava história de vida: um caso de amor para com seus conterrâneos. Era essa a nossa homenagem!

29 novembro, 2006

Dora Doralice

Agradeço, sinceramente, à artista plástica Dora Parentes pelo convite para sua posse na cadeira 22 da Academia Brasileira de Belas Artes. Dora é um sentimento, um sonho transportado para suas pinturas extravagantemente lindas! exuberantemente meigas!

Dora nasceu Doralice no Piauí. Foi para o Rio de Janeiro na década de 70, onde iniciou a carreira no Salão Nacional de Belas artes, obtendo Menção Honrosa, Medalha de Bronze, Prata, dentre outros prêmios em todo o País.

No período de 1970 a 2006, realizou 61 exposições individuais. Destacando: Os 100 anos de J.K. Brasília em 2002. Em 2005 - Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro e Salvador –BA e em 2006 com um grande painel “Exaltação” nas comemorações dos 154 anos de Teresina- PI.

Piripiriense da gema, Dora Parentes é um dos cartões de visita do Piauí. É uma referência maior quando se fala em artes plásticas. É uma doce e querida conterrânea, desbravadora das críticas do sul, tão exigentes quanto o nosso amor por ela!

Parabéns, sucesso!!

27 novembro, 2006

Passeio III



No sábado resolvemos ir invandir uma praia: o coqueiro. Na última barraca nos abancamos e ficamos de donos. Essa foi ótima!

Imaginamos ali um paraíso daqueles. Criamos logo a mesa de jogo. Era dominó, na qual jogamos em duplas. A nossa (eu e o Neto, e depois o Marcos) ganhamos quase todas. Deixamos o Rocha quase irritado!

Foi muito bom na praia. Passamos o dia por lá. Voltamos ao entardecer para o Hotel, onde pretendíamos descansar para seguir rumo a Beira - Rio, à noite. Diversão garantida. Foi tudo nos conformes. Ainda deu tempo ir ao Araújo, tomar um delicioso sorvete de sapoti, cajá, bacuri...

O Arraes comandou a turma. Sempre animado com a Cruzinha. Você nem se lembrava daquele Arraes militar do Karnak, que comanda com mão de ferro a segurança do Governador.

Esta ele, alí, conosco, todo animado e nós, também, pela presença dele e da Cruzinha que é uma figura espetacular. Bebemos todas!

Voltamos ao Hotel. Uns para a piscina. Outros para a cama. Dormir era uma necessidade que tínhamos para, mais tarde, irmos em busca da diversão.

O detalhe. Na noite anterior, Eu, Lucíola, Antônio Marcos, Silvana, Investimento, Investidor e Carlos Eugênio, fomos à Parnaíba. Ficamos no Comilão e de lá, a convite do Zé de Maria, fomos ouvir a Tânia Fonteles cantar na Av. Capitão Claro: ao lado do cemit´rio, 3h30 da manhã.

Mas fomos todos, a turma toda, no sábado. Foi bacamna ouvir música ao vivo naquele barzinho ao lado do Comilão. Destaque para a Rosinha e a Celene, que se divertiram bastante com os rapazes do "conjunto", que só não tocava forró. Ainda encontramos um rapaz da Leiria, em Portugal, que não estava entendendo tanta movimentação. Eram três longas mesas com mais de duas dúzias de cadeiras cada uma, só para nossa tchurma.

Ficamos até tarde. Choveu. O clima amenizou. Me lembrou Batalha, depois das 17h, na porta da casa de minha avó. Nos sentávamos todos ao redor da cadeira de rodas dela, e começava a ventar. Ela dizia que era um canal que vinha de Parnaíba, trazendo aquela brisa.

Na manhã seguinte, iniciamos o dia no Mercado de Luiz Correia. Nada de comprar carne, arroz, essas coisas. Foi um animado café - da - manhã, que para não fugir do costumne, foi regado a uma boa mão - de - vaca. Depois, fomos para a praia. Mais um dia de lazer para findar à noitinha, na volta pra casa... E a espera de um novo passeio!

Passeio II


O Delta e os seus mistérios foram, então, desvendados em sua totalidade para os olhos impávidos dos "turistas" guiados no barco que recebia o nome de Mandu Ladino, líder indígena que guerreou contra os colonizadores pelos idos séculos XVII. Estávamos ali, todos nós, com o único desejo de aproveitar ao máximo aquele momento. Aliás, o passeio todo. O barco, então, era nosso. Éramos atendidos por duas meninas graciosas, vestidas de índias, para homenagear o líder.

Ao nosso lado, o "paxá" Francisco Antônio imprimia, sem reprimir, um ar de respeito. Aliás, era o "Chefe" conduzindo seus comandados naquele passeio inesquecível: pela beleza do lugar, pela turma reunida, pelas "molecagens" e pelo altíssimo astral.

No Delta, então, usufruímos do que ele tem de melhor: a beleza. Aí, as beldades entraram em ação. Nossas "companheiras" de viagem foram um show à parte. Daria até para escolher a "Miss Passeio".

Rosinha, Cléia, Cleonice, Silvana, Cruzinha, Lucíola, Celene e Perpétua. Todas curtindo o sol delicioso do Delta, na ilha dos poltros, naquela praia paradisíaca, embalada pelas ondas do mar. E aí, quando estávamos lá, podíamos até lembrar aquela do Lulu ..."como uma onda no mar..."

O passeio ao Delta - I


Nos reunimos quase todos. Lucíola à frente, com a Márcia, encabeçaram a lista principal dos "turistas" que foram a Parnaíba. Éramos os mesmos que, nesses três anos e pouco, sempre viajamos para outras paragens: Guaribas, Acauã, Avelino Lopes, Sebastião Barros, Jerumenha, Guadalupe, Caxingó, São Raimundo, São Lourenço, Anísio de Abreu, Batalha, Esperantina, Porto, Nossa Senhora dos Remédios... enfim, quase todos os municípios do Piauí. Viajamos, sim, para acompanhar o "Chefe" e levar algum benefício para aquelas cidades. Seja organizando a solenidade ou articulando com as forças políticas.

E assim, foi incansável nesses anos de primeiro mandato do nosso Governador.

Agora foi diferente! Fomos em turma quase completa. Faltaram os "companheiros" do Cerimonial, que, de letrado, só fui eu! Todos da Superintendência de Articulação da Gestão Governamental. Sem exceção, até o Seu Chico Antônio com a Cleonice, foram.

Saímos na quinta - feira, dia 16 de novembro, às 23h, da Praça da Liberdade, ao lado do Karnak. Ao nosso dispor, um Galant, da Guanabara, dirigido com muita paciência, por seu "Perrerrá". E, como toda "excursão" que se preza tem que ter um bom "frito", providenciei com a dona Salete, um frito de frango daqueles, que devia ter viajado numas boas latas de nestogeno, mas, sucumbiram - no a uma boa térmica da tuperware.

Seguimos viagem rumo ao litoral. Assim, paramos, logo, em Altos, para comprar bebida e para usar o toillete. Paramos, tbm, em Campo Maior, Piripiri e Piracuruca. Depois, só em Luiz Correia, nosso destino: o Balneário Atalaia - Bloco Appm.

Não deu tempo dormir no Hotel. Passamos só para guardar as bagagens e seguir para o Porto das Barcas, na Eco Adventure, de onde partiríamos para o Porto dos Tatús, para pegar o barco em passeio ao Delta.

E assim, aconteceu. A Solange Justo já nos aguardava embaixo da ponte. E despachamos o segundo motorista. Só não sabíamos é que a empresa não tinha condução até os Tatús. Depois de uma boa espera, seguimos nas camionetas.

Seguimos numa animação só. Foram duas camionetas e o carro da Solange.

Chegamos, enfim, aos Tatus. Um barco só para nossa "tchurma". E assim nos fomos mar a dentro. Confesso que não estava muito esperançoso naquela viagem. Já fiz muitas delas, quase cinquenta. E sempre achei um porre. Dessa vez foi diferente. Os meninas e as meninas, a animação, o ambiente festivo, o guia - Mazinho, irmão da Solange, a equipe toda do passeio. Foi "formidável". Tomamos todas e mais algumas.

A paisagem parece que ficou mais bonita! O rio Tatus nos levava, manso, para o mar. Ilhas e ilhotas se abriam para nos receber.

20 novembro, 2006

A morte de Priscila

Recebo, agorinha mesmo, notícia do falecimento do nosso conterrâneo Almir, neto de dona Loló, e que todos conheciam pela alcunha de Priscila. Almir era um misto de loucura e alcoolismo. Foi nosso contemporâneo de infância e adolescência, juntamente com o Antônio Pedro, Carlinhos, Isabel e Chiquinha, Lia, Daniele, e outros que ficaram no tempo...

Uma de suas trésloucadas empreitadas, foi quando se jogou do Panorama abaixo, no auge da churrascaria, alguns anos atrás. Assumido homessexual, se nominava Priscila, que todos o apelidavam também.

É uma pena, a morte, em sí. Porém, para ele, creio que tenha sido um descanso. Vivia doente, perambulando pelas ruas à procura de quem lhe pagasse um trago de cachaça, da boa ou da fubuia, não importava. Estava sujo e maltrapilho, da última vez que o avistei em Batalha, no segundo turno das eleições, deitado no chão, ao lado da antiga Prefeitura, onde funcionam uns bares.

Que a terra lhe seja leve e que Deus, em sua infinita bondade, lhe conceda o descanso eterno!

10 novembro, 2006

A Fundação Instituto de Cultura de Batalha

A Fundação Instituto de Cultura de Batalha será umaa instituição cultural que buscará o planejamento, promoção, coordenação, acompanhamento e execução de ações culturais no município de Batalha e terá como finalidade desenvolver atividades, incentivar a produção, difusão e o fomento das mais variadas manifestações artísticas e culturais da nossa Terra.

A FICB será composta por uma Diretoria Executiva:
· Presidente
· Vice – Presidente
· Secretário – Geral
· Tesoureiro

E terá, ainda, as seguintes Diretorias:
· Núcleo de Referência Cultural;
· Núcleo de Difusão Literária;
· Núcleo de Artes Visuais e Multimeios
· Núcleo de Música e Artes Cênicas;
· Núcleo de Dança;

De início, pretendemos trabalhar a implantação de um Telecentro de Inclusão Digital, e em seguida, buscar parcerias para a realização de diversos projetos que estão sendo preparados para o resgate e a implementação da cultura Batalhense.

Oi pessoal! Este aí ao lado sou eu: Milton Martins Vasconcelos Filho, popularmente chamado de Miltinho. Sou de Batalha, onde nascí em 17 de abril de um ano qualquer da década de 1970. Nascí, cresci e vivi em Batalha, dia - a - dia, até 1989, ano que vim morar em Teresina, para estudar. Embora tenha pai e mãe (biológicos) vivos, fui criado por minha avó, Adélia de Castro Machado, até 1984, ano em que ela faleceu aos 94 anos de idade. Após sua morte, fiquei sob os cuidados de minhas tias Teresinha, Maria da Conceição e Matilde (que é minha madrinha, também).

Aqui em Teresina, veredei - me pela seara do jornalismo. Trabalhei no Jornal O Estado, Folha do Nordeste, Revista Litoral e Meio Norte. Trabalhei, também, da TV Educativa do Piauí. Depois, fui trabalhar com o então Governador Francisco de Assis de Moraes Souza - Mão Santa, como Assessor de Imprensa da Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. Depois, fui trabalhar, no mesmo governo, com Dona Genú Moraes, como Assistente de Cerimonial, posto em que permaneço até hoje, no Governo de Wellington Dias.

Escrevi e publiquei, como resultado de minhas pesquisas históricas no Arquivo Público do Piauí, Casa Anísio Brito, São Gonçalo de Batalha, um livreto contando a história de São Gonçalo, padroeiro de Batalha, por ocasião do retorno de sua imagem à Igreja Matriz. Ele estava em Teresina, sob os cuidados da professora Zozilena Fróes, da Universidade Federal do Piauí, que cuidou da restauração da imagem e da pintura. A recepção ao Santo foi uma festa enorme, na Bomba, na entrada de Batalha. Milhares de fiéis se concentravam no local, e, quando a imagem chegou, foi colocada num andor preparado pela Sra. Iolete de Sampaio Machado Melo, do Apostolado da Oração, e seguiu em procissão até a Igreja Matriz.

Depois, publiquei Terra de São Gonçalo - Ensaio sobre a História de Batalha, com um resgate cronológico desde 1712, e em seguida, Sob as bênçãos de São Gonçalo - Aspectos históricos de Batalha, mais recheado de informações.

Recebí a láurea "Poeta Firmino Teixeira do Amaral", da União Brasileira dos Escritores e, recentemente, o Título de Sócio Honorário do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico Parnaibano. Fui incluído, como verbete, no Dicionários dos Escritores Piauienses, de autoria do escritor Adrião Neto.

Trabalhei, também e com muito orgulho, na Rádio Vitória de Batalha, onde iniciei toda a minha carreira de rádio e jornalismo.

Atualmente, estou me preparando para lançar mais um Livro: As Batalhas de São Gonçalo, uma cronologia atualizada e recheada de mais informações sobre a história de minha terra querida, e estou me preparando para, arregimentado um grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento de nossa terra, criar a Fundação Instituto de Cultura de Batalha, para fomentar políticas públicas e resgatar as tradições culturais de nossa "terra eternamente amada"!

O Presidente José Amaro Machado – Parte I

Sou fã, incontestável, de José Amaro Machado. Era um homem acima de seu tempo. Casou – se com dona Mathylde Roza da Silva e teve os seguintes filhos: Maria (que faleceu com os pais), Antônio Raymundo Machado (Tóte), Domingos da Silva Machado (que morreu aos trinta anos), Mathylde da Silva Machado; Josephyna da Silva Machado e Anna Francisca.

Foi um cidadão incomum. Um homem que imaginou e trabalhou por uma Batalha mais justa, igualitária. Era irmão do Coronel Antônio Guilherme Machado de Miranda.

De seus descendentes diretos, em Batalha, citamos: Desembargador João Batista Machado; Professora Matilde de Castro Machado; dona Elza Machado, dentre outros. São vertentes da família: bisnetos, sobrinhos...

José Amaro Machado é um batalhense que merece uma página maior na vida de nossos conterrâneos.

Conversava eu com o saudoso Benedito Melo, grande batalhense que morreu perto de comemorar seu primeiro século de idade. Homem firme, de uma vitalidade enorme. Cheio de sabedoria. Casou duas vezes. Conheci sua segunda esposa, Diva Nina. Teve vários filhos. Aliás, vários era o normal, àquela época. Voltando a Benedito Melo. Foi a primeira pessoa a me falar de José Amaro Machado. Dessa conversa, em seu Armazém, na Benjamin Constant, nasceu a idéia das pesquisas que nortearam meus dois exemplares de Terra de São Gonçalo.

José Amaro Machado era filho do Capitão Amaro José Machado e dona Anna Francisca de Miranda. Anna era neta do Coronel José de Miranda e dona Ana Maria de Mesquita. Aliás, no próximo texto versaremos sobre o assassinato de Amaro José Machado (pai).

O Coronel José de
Miranda

O Coronel José de Miranda era natural da Freguesia de São João Batista, do Arcebispado de Braga, Portugal. Filho de João de Miranda e Mariana de Almeida. Veio de Portugal a convite de seu tio, o Capitão - mor Antônio Carvalho de Almeida. Casou com dona Ana Maria de Mesquita em 24 de julho de 1778, no Sítio da Batalha. Eram primos em terceiro grau.

O Casamento fora realizado pelo Vigário da Freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo, João Raimundo de Moraes Rego, diante das testemunhas: Miguel de Carvalho e Theodosio Lopes Duarte.

Anna era filha de Antonio Carvalho e dona Maria Eugênia de Mesquita.

(MIRANDA, Vicente. Três séculos de Caminhada. Teresina - PI:2001)


Voltando a José Amaro

O ilustre cidadão José Amaro Machado foi Coronel da Guarda Nacional. Juiz de Paz. Tutor dos bens de São Gonçalo; Intendente e Coletor da Mesa Fazendária. Inspetor Literário. Comendador da Ordem da Rosa Imperial. Fundou e presidiu o Partido Conservador da Batalha. Quarto Vice – Presidente da Província do Piauí. Assumiu a Província em 27 de fevereiro de 1972, em virtude da nomeação do então Presidente Manuel do Rego Barros Souza Leão, por ato Imperial para a Província de Santa Catarina.

À essa época, vivia o Piauí uma tremenda crise política. A posse de Amaro aconteceu, justamente, no momento em que os demais estavam impedidos de assumir o comando da Província. A respeito disso, diz o jornal A Imprensa – 29/02/1872 – edição 342: “ Com a posse de Amaro Machado, passou a Província a ter um governo legal, regular e não uzurpado. O sr. Manuel do Rego não pôde mais pretextar que não lhe tivesse vindo a comunicação oficial da sua demissão; deixou, felizmente, o exercício indevido da Presidência da Província em que se achava” E diz mais: “Assumindo a administração da província nas condições em que a deixa o Sr. Manuel do Rego, por causa da sua notável inépcia e subserviência, parece, à primeira vista, milindrosa a posição do Exmo. Sr. Vice – Presidente José Amaro Machado; no entretanto que para S. Excª, refletindo – se um pouco a situação, eh mais favorável possível, uma vez que elle queira governar a Província por si, e somente impelido pelos impulsos de sua consciência e razão”. E continua: “No campo da devastação nada resta a fazer – se para satisfação dos caprichos e ódios dos homens que dominavão a vontade do ex – Presidente Manuel do Rego, e pois o Exm Sr Vice – Presidente não terá necessidade, por certo, de desviar – se dos princípios de moderação para exercer o vandalismo sobre seus patrícios”.

O período da administração de José Amaro foi muito curto. E trágico! Contava – me Benedito Melo, história depois reafirmada por minha tia Teresinha (filha de Adélia e Olegário), e escrita por Jureni Machado Bittencourt em seu livro Apontamentos Históricos de Piracuruca, que vitimado por envenenamento, faleceram José Amaro, sua esposa, dona Mathylde Roza e uma filha de colo, Maria.

O Jornal A Pátria, de 20 de março de 1872, edição 95, conta: “ É com o peito ralado pela mais profunda dor que pegamos na penna para annunciar a Província e ao Paiz a funesta e prematura morte do illustre e honrado piauhyense que dirigia, há pouco, os destinos desta terra, o Sr. Tenente Coronel José Amaro Machado, a qual teve lugar hontem, pelas 9 horas da manhã, em conseqüência de uma febre typhica, adquirida, segundo a opinião do distinto facultativo que o assistio durante a terrível enfermidade, na penosa e incommoda viagem que fez do lugar de sua rezidencia para esta capital, onde a chamado do illustre ex – presidente, Dr. Manoel do Rego, veio empunhar as rédeas da administração da Província, em companhia de sua virtuosa consorte e de umma innocente filhinha, igualmente victimadas do mesmo mal! A infelicidade immensa que acabava de esmagar tão cruelmente a desditosa família do tenente coronel Machado, cremos que dificilmente encontrará exemplos nos annaes do gênero humano, a não ser a que ferio a Família Real Portuguêza a cerca de 11 annos. Três cadaveres em mennos de oito dias. Fatalidade! Quem há ahi que não sinta os olhos arrasarem – se de lágrimas ao ouvir a história dessa infeliz esposa e infelicíssima mãe, vergada sobre o tummulo pelo gélido sopro da morte, ainda na flor dos annos e deixando neste mundo de privações seis innocentes filhinhos um dos quais à falta do doce e vivificador calor do seio maternal, logo se lhe foi reunir sob a fria louza do sepulchro? Qual é o coração, mesmo o mais empedernido, que não se confranja de dor diante do infortúnio espantoso, sem nome, desse esposo e pai desgraçado, envolto no sudário da morte, moço ainda e cheio de vida, com o peito traspassado pela dor infinita da perda prematura da filhinha querida e da consorte idolatrada? Finalmente, quem há ahi que não se commova athe o mais intimo d’alma ouvindo os soluços dilacerantes desses cinco órphãos de pai e mãe que ahi ficam desamparados, chorando a triste e funesta morte d’aqueles que supunham, destinados pela Providência Divina para guiar – lhes os passos, ainda incertos no escabroso caminho da vida? Ninguém; salvo se algum homem há a quem a natureza madrasta deu, em vez de humanos, os instinctos selvagens da fera!.../.../ Nobre e inestimável recompensa que tiveram neste mundo suas virtudes cívicas, suas bellas qualidades e seu nobre caracter. Hoje, que tudo acabou – se para tão distincto cidadão e tão respeitável pai de família, só nos resta a nós, que ficamos pranteando a sua perda irreparável, fazer votos ao Altíssimo pelo seu descanço eterno e de sua virtuosa esposa, e procurar no seio da religião a resignação que o martir de Gólgotha ensinou para as maguas profundas e dores cruciantes. Réquiem eternum donna eis. Dominne est lux perpetua luceata eis”

Após a morte de José Amaro, seus filhos, ficaram sob a tutela do Coronel José Florindo de Castro, que foi o primeiro governante de Batalha e era casado com uma irmã de dona Mathylde Roza, portanto, cunhado de José Amaro e tio das crianças órfãs.

09 novembro, 2006

Alberto Silva

Amanhã, dia 10 de novembro de 2006, é o aniversário de um grande homem público piauiense, detentor de minha admiração e a quem dedico muito respeito. Trata - se do Engenheiro Alberto Tavares Silva, que já desempenhou diversas funções públicas. Foi Prefeito de Parnaíba, Deputado Federal, Governador do Piauí, Senador da República e, nessa última eleição, vitorioso em sua campanha rumo à Câmara Federal.

Vai completar 88 anos de vida. Recebe o carinho e a admiração do povo piauiense!

Para Batalha

Hoje conversei demoradamente com a queridíssima Jacqueline Melo. Outrora habitante de nossa "quente" Teresina, a conterrânea mora em Buenos Ayres, na Argentina, onde acompanha o maridão, o bom caráter Dilmar Silva, nos negócios. Ela é financeira da CCIARG, uma companhia de transporte internacional.

Discutimos, no MSN, sobre vários assuntos, e não esquecemos, é claro, de nossa Batalha, ponto em comum de nossas origens e para onde divergem nossos melhores pensamentos - pelo menos os meus e os dela.

Mas, para falar a verdade, um dos pontos que pouco conversamos foi sobre cultura. Aliás, discutia, ontem, na Praça Pedro II, durante o XXIV Salão de Humor do Piauí, com o colega de Trabalho Willian Tito, que preside o Sindicato dos Artistas do Piauí e o apresentador Mariano Marques, sobre Cultura. É um ponto que não rende votos porque abre a cabeça do cidadão e inculte nela um bando de valores que, nestes tempos de Brasília efervescentemente corrupta, não agrada a muitos.

Falar em cultura, em Batalha, é meio complicado. Nem mesmo esses 151 anos de nossa terra foi capaz de superar as querelas políticas do lugar. Tudo o que se quer ou se vai fazer naquele santo lugar é logo interpretado como ação política, como se tudo o que movesse o mundo girasse em torno de uma cadeira na Vereança ou uma poltrona no Gabinete Oficial. Ledo engano!

Esse blog, que nem sabia como postar, há minutos atrás, servirá para a discussão desses temas, assuntos e outras coisas mais. Discutir, aqui, política pública séria para a cultura batalhense. Se não der para implementá - las, pelo menos buscar salvar as pouquíssimas manifestações culturais que ainda resistem ao peso do tempo e das ações políticas de seus governantes.

Não é dar pão e circo. É fazer valer o resgate das tradições culturais. É aquela história: "a palavra assanha e o exemplo arrasta". Queremos usar o poder da palavra para aguçar o sentido dos cidadãos que nos acessarem, dando o exemplo para atraí - los à nossa causa. Não sem justiça, outros lugares mantêm suas tradições.

Se não, vejamos:

Estive várias vezes em Amarante, assistindo as apresentações dos rfemanescentes do Quilombo Mimbó, na comunidade de mesmo nome: rodas de São Gonçalo, Pagode e tantas outras danças e manifestações afro, que foram passadas geração a geração; Oeiras, primeira capital, além de preservar sua riquíssima arquitetura, não brinca quando o assunto é o resgate das tradições culturais. Notabilizou - se como a Terra da Fé, com a sua Semana Santa internacionalmente divulgada e visitada. Parfnaíba não deixou passar o tempo e preserva o Encontro de Bandas de Músicas, embora um dos maiores ícones da musicalidade piauiense seja o inesquecível Manoel Fabiano. Está, pois, na hora de arregaçar as mangas da paralisia do tempo e partir para a maratona do resgate de nossas tradições. Com respeito, e muita responsabilidade!